Em entrevista, o menino contou que estava brincando com o seu colega e que foi mal interpretado. Afirmou o garoto que estava apenas balançando a cabeça do seu coleguinha e, que, por isso a vice-diretora perguntou-lhe se ele gostava de homem ou de mulher. Depois do fato, o menino foi levado à direção e, em seguida, suspenso. Para a vice-diretora, o outro menino não foi suspenso em virtude de ter sido apenas vítima do assédio do colega.
Além das acusações, o aluno ainda foi obrigado a levar uma carta para a sua mãe. Na carta, a vice-diretora relatava, a seu modo, o ocorrido na escola e solicitava que a mãe prestasse mais atenção ao filho. Em entrevista a uma rede de televisão baiana, a mãe do garoto disse que a diretora havia perguntado a seu filho se preferia o sexo feminino ou masculino. A mãe ainda desabafou dizendo que sabia o sexo do seu filho e que ele era apenas uma criança.
A mãe do garoto foi até a escola e na sequência representou a vice-diretora junto à Secretaria Estadual de Educação da Bahia. Em nota, a Secretaria desaprovou a conduta da vice-diretora dizendo que tal atitude não está entre as que são orientadas pelas políticas educacionais daquele Estado e, depois da apuração dos fatos, exonerou a vice-diretora. Segundo a Secretaria de Educação da Bahia, “a orientação repassada a todos os gestores de escolas públicas é de atuação pedagógica na perspectiva de construção do indivíduo e sua cidadania, com inclusão social, de gênero e de respeito à diversidade”. Muito provavelmente, a infeliz vice-diretora deve ter faltado à reunião em que foram passadas tais orientações.
Não posso deixar de me consternar com a situação da infeliz professora. Ela também foi vítima de sua própria cultura míope. Ninguém tem o direito de fazer o que ela fez, muito menos se esse alguém porta um cargo tão importante na formação do cidadão do amanhã. Espero profundamente que a professora tenha a chance de poder se reciclar e voltar para fazer tudo diferente. Que seja mais professora, mais mãe, mais educadora e, acima de tudo, mais humana. À mãe do menino e ao próprio menino desejo-lhes que tudo seja diferente doravante e que possam se recuperar do constrangimento que lhes foram causados pela infeliz e despreparada vice-diretora.
Por fim, quero chamar atenção para um fato: direção, vice-direção e outros cargos importantes na educação brasileira precisam ser atribuídos por mérito e capacidade profissionais e não por adulações e conchavos políticos. Está aí o meu puxão de orelha como militante LGBT e como educador.
Concordo com o senhor, temos primeiramente, antes de tomar alguma decisão tormamos o conhecimento do que realmente acontece. A final não podemos "julgar" o próximo pois quem somos nós para tal fato.
ResponderExcluir( agora aguardo o senhor no meu blog, tem texto novo http://edes-com-nexo.blogspot.com/2011/05/o-que-somos-o-que-realmente-queremos.html desde já obrigada)