Episódio 02: Sàsányìn:
ensinar para não perder
É perceptível no Candomblé moderno que as pessoas têm valorizado as práticas mais voláteis em detrimento dos velhos fundamentos perpassados de geração em geração pela memória dos mais velhos. Vê-se mais cuidado com o que vai vestir e usar no pescoço que com os ritos essenciais, a exemplo das folhas.
Em face das imagens nas redes sociais, vemos que boa parte da comunidade candomblecista tem investido mais na aparência e menos na essência. Exibem suas belas vestes bordadas a à guipure, a richelieu e a entremeios, acreditando que, com isso, está fazendo Candomblé raiz.
As vestimentas e as pedrarias são também importantes, mas não constituem a base das religiões de matrizes africanas. Òrìṣà é natureza e é dela que tiramos toda a essência para encantar, louvar e perpetuar o sagrado nas casas de Candomblé.
Com ao cards seguintes chamamos a atenção da comunidade para a Sàsányìn que constitui, a nosso ver, a principal para a religião dos Òrìṣà. Se não registrarmos (letra e voz) e não ensinarmos o valor ritualístico das folhas e também suas propriedades fitoterápicas, teremos num futuro próximo uma vertente goumetizada e artificial do que hoje conhecemos como Candomblé.