segunda-feira, 2 de maio de 2011

RUDOLF BRAZDA: ÚLTIMO SOBREVIVENTE GAY AOS HORRORES DO HOLOCAUSTO RECEBE PRÊMIO DO GOVERNO FRANCÊS

Por Thonny Hawany

Pela relevância histórica, pelo teor LGBT e pelo que ela expressa além de tudo o mais, eu não poderia deixar de postar a notícia e o meu comentário sobre o prêmio recebido por Rudolf Brazda, de 97 anos, nesta quinta-feira, dia 28 de abril de 2011, do Governo Francês. Brazda é considerado o último sobrevivente dos dez mil homossexuais condenados aos campos de concentração nazista no decorrer da Segunda Guerra Mundial. Ele nasceu na Alemanha em 1913 e se naturalizou francês em 1960. (Foto: Rudolf Brazda, atualmente)

Segundo informou o “20MINUTES”, conhecido jornal francês, Brazda foi recomendado pessoalmente pelo presidente Nicolas Sarkozy para receber a Ordem Nacional da Legião da Honra.

Rudolf passou três anos detido no campo de concentração de Büchnwald, na Alemanha com o registro de número 7592 e na categoria de “triângulo rosa”, códigos estes dados pelos nazistas e que o identificava como homossexual. (Foto: Rudolf quando jovem).

Conforme afirmou seu biógrafo, Jean-Luc-Schwab, autor da obra “Triângulo Rosa – Um Homossexual no Campo de Concentração Nazista”, a simplicidade de Brazda, o levou a considerar que ninguém poderia se interessar por sua história.

Cabe registrar que este livro foi, recentemente, lançado no Brasil sob a fiel tradução de Ângela Cristina Salgueiro Marques, contendo 184 páginas que retratam o cotidiano de Rudolf Brazda no campo de concentração de Büchnwald.

Em face de tudo, Rudolf é, sem sobra de dúvidas, digno da honraria que o governo francês lhe concedeu por sua emocionante história de vida. Para nós LGBT, que lutamos com as armas da tecnologia e da palavra, tudo é muito mais fácil. Hoje, em grande parte do mundo civilizado, apesar da discriminação e da resistência de grupos oposicionistas, temos abertura política e melhores condições. Brazda tinha apenas o silêncio como arma para proteger a sua identidade de gênero, sua orientação sexual e a própria vida. Entristecemos com o sacrifício dos milhares de homossexuais mortos nos fornos e câmaras de gases nazistas, mas nos alegramos com a vida e vitalidade de Rudolf Brazda.


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