Quando
Baayani e Xangô foram criados, ainda no além, Baayani nasceu irmão mais velho.
Xangô nasceu em seguida. Ele é o irmão mais novo. Baayani é um ser calmo e
pacífico. Se alguém o incomoda, ele não se zanga. Se as pessoas se entregam a
atos de violência, Baayani não se envolve. Ele tem compreensão e sabedoria, mas
não tem força, nem bravura.
Estas
qualidades, Olodumaré deu a seu irmão mais novo, Xangô. Baayani sabe disto e
diz, de vez em quando, que se ele não é capaz de brigar, ele agradece a
Olodumaré tê-lo dado um irmão valente. As pessoas fizeram um provérbio:
"Se Baayani não é capaz de brigar, ele tem um valente irmão caçula".
Aqueles
que Xangô combate são incontáveis. Por causa de Dada Baayani, Xangô dizia
constantemente: "Se alguém resmungar qualquer coisa sobre Dada Baayani,
isso lhes causará desgostos. Pois se trata de meu irmão mais velho". É por
esta razão que as pessoas que adoram Xangô, devem adorar primeiro Dada Baayani.
Quando
os dois descem à Terra, Xangô conhece os talismãs para a proteção e a vitória.
Tudo o que as pessoas perguntam a Baayani, é Xangô que responde. Quando Dada
Baayani fundou a cidade de Ixelê, ele era muito rico. Muita gente lhe pedia
dinheiro emprestado. Quando tomou-se rei em Oyó, ele trouxe uma parte da sua
riqueza e, vez por outra, trazia mais e mais de Ixalê.
Baayani
era chamado Dada por causa de seus cabelos anelados. Quando Xangô quer possuir
um de seus sacerdotes, as pessoas cantam primeiro: Dada ma sokun mon "Dada
não chore mais Dada não derrame mais lágrimas de sangue. As pessoas de Ixelê
chegam na estrada Dê- me um búzio para amarrar na minha cabeça". Alusão,
sem dúvida, às necessidades de dinheiro de Dada e à vinda de provisões,
esperada de Ixelê. Xangô põe-se, então, a dançar em honra de seu irmão mais velho
Dada.
Existe
uma dúvida a respeito de Baayani. Alguns acreditam que este é um dos nomes do
irmão mais velho de Xangô, enquanto outros pensam tratar-se de uma das suas
irmãs. Dizem, ainda outros, que se trata de sua mãe, Yamassé.
FONTE
DO TEXTO: VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos orixás. 4.ed.
Salvador: Corrupio, 1997.
FONTE
DA IMAGEM: http://olhosdeoxala.blogspot.com.br/2013/05/coletanea-curiosidades-sobre-xango-dada.html
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