sábado, 11 de junho de 2011

MARTA SUPLICY E FRENTE EVANGÉLICA DISCUTEM ACORDO PELA APROVAÇÃO DO PLC 122

Por Thonny Hawany

Na terça-feira, dia 31 de maio de 2011, reuniram-se os senadores Marta Suplicy e Marcelo Crivela, este oposto e aquela favorável à aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia. A senadora Marta Suplicy é a atual relatora do projeto e Marcelo Crivela é o líder da bancada evangélica e representante da Universal do Reino de Deus. Estiveram também presentes, na reunião, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente da Associação Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ABGLT), Toni Reis. Segundo informou Toni Reis, depois de muitas discussões, os parlamentares chegaram a um consenso a respeito dos pontos mais divergentes do PLC 122.

No acordo ficou decidido que só será crime se ficar comprovado que o pastor, padre ou outro religioso incitou a prática de violência contra homossexuais. O “simples” fato de pregar contra a homossexualidade condenando-a ou tratando-a como pecado não será considerado crime. Penso que essa decisão pode ser o começo de tudo. Segundo a senadora Marta Suplicy, “falar que a homossexualidade é pecado, não é induzir à violência”. Ainda para a senadora, este será “um passo extraordinário. Vamos conseguir ter uma lei que inibirá a violência contra homossexuais no país”. Para Marta, o preconceito não será extirpado, mas diminuído em razão da lei.

Sabemos que nenhuma luta é fácil. É preciso ganhar batalha a batalha para sair vitorioso da guerra. A estratégia é boa, o acordo é benéfico e pode agradar parcialmente a ambos os lados. O pacto contra a homofobia ainda não foi assinado, o senador evangélico Marcelo Crivela deverá submeter os pontos acordados, em reunião, aos demais membros da bancada evangélica para um parecer definitivo.

Parece que a queda de braço em torno da aprovação do PLC 122 está chegando ao fim. A resistência do Congresso Nacional em não aprovar o projeto que criminaliza a prática do crime de ódio contra homossexuais tem causado enorme desgaste social ao parlamento. Concordo com os embates e com as divergências em torno de temas como drogas, aborto, pena de morte, mas adiar a aprovação de uma lei que preserva a vida de centenas de brasileiros e brasileiras é inaceitável e desumano.

FONTE: MIXBRASIL

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