quinta-feira, 23 de junho de 2011

NO PAÍS DA IGUALDADE, DA FRATERNIDADE E DA LIBERDADE, OS DIREITOS HUMANOS NÃO SÃO MAIS OS MESMOS

Por Thonny Hawany

Um país que já ditou direitos humanos para o resto do mundo dá um exemplo de retrocesso rejeitando mais uma vez o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sei que a notícia não é nova, mas eu tinha que me posicionar a esse respeito. O debate ocorreu no dia 9 de junho no Parlamento da França na oportunidade em que o partido socialista apresentou o projeto de lei.

Os ideais franceses não são mais os mesmos. Para o ministro da justiça, Michel Mercier, o casamento representa da base da família. Em sua fala, ele concorda que há outros tipos de uniões e que as heterossexuais não são as únicas. Por último, o senhor ministro falou da importância de um longo debate para esclarecer a sociedade sobre essas novas uniões homossexuais. (!!!) É inacreditável que a sociedade francesa que sempre andou na frente de tudo e de todos não saibam que homens estão se casando com homens e que mulheres estão se casando com mulheres pelo mundo todo. A França não é mais a mesma!

Não podemos esquecer que na frança já existe um Pacto Civil de Solidariedade (PACS), por ele as pessoas do mesmo sexo podem estabelecer o que aqui no Brasil conhecemos por união estável. O pacto tanto serve para casais homossexuais, quanto para heterossexuais. Nada de inusitado. Há decisões mais arrojadas pelo mundo. Juntamente com Michel Bloche, deputado socialista relator do projeto, lamentamos o fato de a França adiar sua história de tradição arrojada, de ditar moda, de implementar costumes.

Na Europa já são sete países que reconhecem o casamento homossexual: Holanda, Bélgica, Espanha, Noruega, Suécia, Portugal, Islândia. Para Bloche, todos esses países têm estruturas sociais fundadas na religião, nem por isso a família tradicional desapareceu. Não sei que medo é esse de essa tal família tradicional desaparecer. Santo Deus, a família tradicional já não existe há muito tempo. O que vemos hoje é um mosaico a que, sem qualquer espanto ou reserva, chamamos de família.

Onde está a França de outrora? A França da igualdade, a França da fraternidade, a França da Liberdade? A França dos Direitos Humanos?


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