domingo, 27 de março de 2011

ÍNDIOS GAYS, NA AMAZÔNIA, SÃO ALVO DE PRECONCEITO

Por Thonny Hawany

Ser ou não ser gay independe de escolhas. Isso é fato consumado ente os que são gays e entre os que estudam o fenômeno. O fato de haver homossexualidade entre povos indígenas não é um fato novo, no entanto, a existência de homossexualidade entre povos indígenas é prova da não escolha e também da não influência de um possível “agenciador gay” conforme acreditam os insensatos.

Na Amazônia, entre os índios ticuna, uma das etnias mais populosas, um grupo de jovens tem rompido com velhos costumes, a exemplo de não querer mais pintar o pescoço com tinta de jenipapo para engrossar a voz, em virtude de não mais se interessarem pela voz grave própria dos homens heterossexuais.

O grupo de ticunas gays denuncia que sofre preconceito dentro da aldeia. Aos jovens gays são atribuídas palavras pejorativas e, quase sempre, têm que andar acompanhados para não serem vítimas de violência física. Pelo que declararam à Folha, embora haja tal animosidade entre os demais jovens da aldeia, dentro da família, conseguiram vencer as principais barreiras do preconceito desempenhando atividades que acabaram dando orgulho aos pais, tais como: dança e serviços domésticos.

O fenômeno da homossexualidade entre os ticunas é bastante novo, segundo informação colhida entre os administradores indígenas, não havia registros de índios gays no passado. “isso é novo para a gente. Não víamos indígenas assim, agora rapidinho cresceu em todas as comunidades. São meninos de 10, 15 anos”, declarou Darcy Bibiano Murati.

Estudos do antropólogo Darcy Ribeiro, que viveu entre os anos de 1922 e 1997, registraram que a homossexualidade entre povos indígenas data de pelo menos o século XIX. Os registros foram colhidos ao estudar os cadiuéus, no Mato Grosso. Aos índios de orientação homossexual, os cadiuéus chamam-nos de kudina, ou seja, aquele que decidiu ser mulher.

Para Raimundo Leopardo Ferreira, cientista social e índio ticuna, não havia registros anteriores de ticunas gays. Para ele, o fenômeno é bastante recente. Raimundo Ferreira teme que o preconceito agrave os problemas sociais entre os jovens, como: dependência alcoólica e às drogas ilícitas.

FONTES:

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