Por Thonny Hawany
No decorrer de toda esta semana, as principais fontes de informação de todo o país ocuparam parte do tempo para noticiarem os novos dados do IBGE sobre a população brasileira. O destaque, nas mídias especializadas LGBT, ficou para o fato de o Brasil ter aproximadamente sessenta mil casais declaradamente gays vivendo no regime de união estável. E olha que estes dados podem não refletir a real cifra por diversos motivos que não cabem ser discutidos aqui e neste momento. Ainda assim, não posso deixar de mencionar ao menos um ou dois: a) a não declaração por medo de discriminação e b) a metodologia do IBGE, por amostragem, que pode ter sido falha e, por isso não representou o quantum exato de nós. Estes são apenas dois dos fatos entre tantos outros que podem ser tidos como causa de erro. Esta discussão, deixarei para os especialistas. Vamos à notícia e aos dados.
Os dados divulgados na manhã desta sexta-feira, dia 29 de abril de 2011, são preliminares e apontam que 60.002 casais gays, ou seja, 0,16% da população brasileira constituem a chamada família homoafetiva. Isto se for comparados aos 37.487.115 decorrentes do casamento entre heterossexuais. Conforme se pode ver nos dados que apresentarei abaixo, a região sudeste foi a que apresentou o maior número de casais gays, ficando o maior percentual para o Estado de São Paulo (16.872) que aparece seguido do Estado do Rio de Janeiro (10.170) e do Estado de Minas Gerais (4.098).
Para Luiz Mott, decano do movimento LGBT e fundador do GGB – Grupo Gay da Bahia, “essa pesquisa revela apenas a ponta de um iceberg que diz respeito à presença homossexual no País. Certamente, um grande número de casais do mesmo sexo não se assumem perante à sociedade”. Fato este já apresentado em uma das minhas hipóteses iniciais. Luiz Mott ainda apresenta em sua análise outro dado que também considerei muito importante: os novos números do censo “destroem o estereótipo do gay promíscuo, instável sexualmente, o que mostra uma realidade muito semelhante à união entre os heterossexuais.”
Seguem os dados para a sua própria análise, amigo leitor:
Sudeste:
São Paulo: 16.872
Rio de Janeiro: 10.170
Minas Gerais: 4.098
Espírito Santo: 1.062
Nordeste:
Bahia: 3.029
Ceará: 2.620
Pernambuco: 2.571
Rio Grande do Norte: 982
Paraíba: 885
Maranhão: 717
Sergipe: 440
Piauí: 312
Sul:
Rio Grande do Sul: 3.661
Paraná: 2.363
Santa Catarina: 2.010
Centro-Oeste
Goiás: 1.593
Distrito Federal: 1.239
Mato Grosso do Sul: 742
Mato Grosso: 567
Norte
Pará: 1.779
Amazonas: 811
Rondônia: 250
Amapá: 188
Acre: 154
Tocantins: 151
Roraima: 96
Em conclusão, esta, como se sabe, foi a primeira vez que o IBGE mediu um segmento LGBT no censo brasileiro; certamente, o preconceito, o medo de retaliação social e outros tantos, que estamos cansados de saber, foram os inibidores da declaração por parte de muitos outros casais gays que vivem em regime de união estável no País. A expectativa fica, então, para o próximo censo. Tenho certeza que o número será muito maior. Espero ainda que a metodologia seja diferente para facilitar a extração de um número que seja o mais próximo da real situação. Espero também que seja medida a população LGBT do Brasil. Só assim teremos certeza do número exato para o qual militamos em nossa luta por dias melhores para todos os que declaradamente somos de orientação homossexual.
FONTE: MIX BRASIL
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