Por Thonny Hawany
Usando o bordão de um conhecido jornalista brasileiro: isso é uma vergonha! Mais uma vez o Senado brasileiro adia a votação do PLC 122, projeto que visa criminalizar a homofobia em até três anos de detenção para os que praticarem atos violentos ou atitudes preconceituosas contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. A votação foi adiada em virtude de especialistas no assunto acreditarem na reprovação do projeto na Comissão de Direitos Humanos.
Depois de afirmar que acredita, “sim, que a conversa, o respeito, o entendimento e a negociação vão fazer superar uma sociedade que é tão injusta e tão perversa com uma parte de seus cidadãos. Na busca da construção de um consenso maior, vou pedir reexame da matéria", a Senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, pediu para reexaminar o seu relatório.
Em meio a calorosos debates entre militantes LGBT e representações religiosas fundamentalistas, mais uma vez o PLC dormirá em berço esplendido, enquanto os criminosos homofóbicos permanecerão nas ruas, a procura de suas vítimas para escarnecê-las ou mesmo para tirar-lhes a vida como fizeram com Alexandre Varjão, Elisa Brasil e centenas de outros.
Segundo declarou a Senadora Marinor Brito “a maioria do povo brasileiro, de fato, não é homofóbica. Embora a maioria do povo brasileiro não seja homofóbica e não tenha acordo com atitudes homofóbicas, o Estado brasileiro não garante ao cidadão homossexual o direito de ser respeitado. Não tem mediação com quem não acha que tem homofobia no Brasil. Nosso Estado é laico. Isso não é uma briga entre religiões. Em todas as religiões tem gente intolerante".
O Senador Magno Malta (PR-ES) não concorda com a aprovação da lei porque não acha justo que os homossexuais se protejam dos que não concordam com eles e por isso os matam. Ora Senador, nós não estamos falando de pastores evangélicos, homens de um livro só, que se acham no direito de permanecer no velho testamento ou na Idade Média, estamos falando de criminosos que matam homossexuais.
Enquanto o Congresso Nacional se transforma em sala de reuniões de segmentos religiosos e de fundamentalistas sociais, a comunidade LGBT e outras minorias se valem do poder Judiciário e do Executivo que ainda permanecem lúcidos e laicos como prevê a Constituição Federal. Em sendo assim, vamos esperar dias melhores em que todos os cidadãos sintam-se protegidos pelo Estado. Irmãos, não se apavorem, não se entristeçam, as coisas estão mudando. Os ventos estão soprando em nossa direção. Tudo irá mudar em breve. O que precisamos é de lideranças com poder de voz no cenário nacional. As nossas atitudes são positivas, mas o nosso discurso é fraco e não convence as massas.
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