sábado, 10 de dezembro de 2011

SECRETÁRIO GERAL DA ONU, BAN KI-MOON, PEDE O FIM DAS AGRESSÕES HOMOFÓBICAS NO MUNDO

Por Thonny Hawany

Nesta quinta-feira, dia 7 de dezembro de 2011, o Secretário Geral da UNO, Ban Ki-moon, em Nova York, fez um discurso bastante oportuno para participantes de um evento que discutia o bullying homofóbico. O senhor Secretário pediu a jornalistas, líderes comunitários, professores, familiares e governantes que não medissem esforços no combate à homofobia. E o que fez o Senado brasileiro? Agiu totalmente em contrário senso.

Ao ler a matéria, no site Mix Brasil, pensei em fazer, como de costume, uma releitura do texto imprimindo nele o meu ponto de vista a respeito do assunto. No entanto, as palavras do Secretário Geral da ONU dizem, por si só, o que qualquer um de nós que sofremos por homofobia poderia dizer ou querer ouvir/ler. As palavras de Ban Ki-monn animam-nos a continuar na luta. São palavras que nos fortalecem diante de derrotas como a que sofremos no dia a dia, ao perdermos para a morte, amigos pelo simples fato de serem homossexuais. E o Senado brasileiro? A esse respeito, nada lhe interessa! Arquivam, calam, só bradam quando é para condenar, para exortar em contrário.

Na semana em que se comemora o dia internacional dos Direitos Humanos, o Senado do Brasil dá um exemplo de como não se deve proceder. Em lugar de dar exemplos positivos, mais uma fez a única lei que poderia acabar com a mortandade de lésbicas, de gays, de bissexuais, de travestis e de transexuais, mais uma vez deixou de ser votada por força da bancada fundamentalista que, com seus conceitos religiosos e nada políticos, amaldiçoa, aterroriza o congresso nacional que, diante de tal força e temor, cala-se, omite-se e se deixa levar por esses interesses que não representam o querer da maioria.

Senhores senadores do Brasil, aprendam com quem sabe. Leiam abaixo as palavras do senhor Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon.

“Estou feliz por saudar os participantes deste evento sobre o assédio homofóbico de jovens e a violência associada à discriminação. Deixe-me oferecer uma palavra especial de agradecimento aos defensores dos direitos humanos na platéia.

Como muitos de vocês, eu continuo consternado com os relatos de crianças de 11 anos sendo submetidas ao abuso verbal, a insultos e graves agressões físicas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

O bullying deste tipo não se restringe a poucos países, mas se passa nas escolas e comunidades locais em todas as partes do mundo. Ele afeta os jovens durante todo o caminho para a vida adulta, causando enorme e desnecessário sofrimento. Crianças intimidadas podem entrar em depressão e abandonar a escola. Algumas são até mesmo levadas ao suicídio.

Isto é um ultraje moral, uma grave violação dos direitos humanos, além de ser uma crise de saúde pública. É também uma perda para toda a família humana quando vidas promissoras são interrompidas prematuramente.

Muitas vezes pensamos o assédio homofóbico como um problema específico para ambientes escolares e para a adolescência. Mas as raízes estão mais profundas, pois esse assédio vigora em atitudes nocivas na sociedade em geral, às vezes encorajadas por figuras públicas e leis discriminatórias, além de práticas sancionadas pelas autoridades do Estado.

Combater este problema é um desafio comum. Nós todos temos um papel, seja como pais, familiares, professores, vizinhos, líderes comunitários, jornalistas, figuras religiosas ou funcionários públicos.

Mas é também, para os Estados, uma questão de obrigação legal. Pelos direitos humanos internacionais, todos os Estados devem tomar as medidas necessárias para proteger as pessoas – todas as pessoas – da violência e da discriminação, incluindo aquelas motivadas pela orientação sexual e identidade de gênero.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário