Por Thonny Hawany
Como o tema da Revista Carta Capital “Ser gay é pecado?” é bastante fértil, darei continuidade na minha leitura, nesta etapa, dialogando com Cynara Menezes, a jornalista que escreveu o texto, e com Anivaldo Padilha, pai do ministro da saúde, Alexandre Padilha, o qual tem posicionamentos bastante arrojados a respeito do assunto.
Segundo Cynara, “a partir da primeira decisão do STF, foi criada, informalmente até agora, uma frente religiosa pela diversidade sexual, que reúne integrantes de diversas igrejas: batistas, metodistas, anglicanos, luteranos, presbiterianos, católicos e pentecostais”. O coordenador do grupo é o metodista Anivaldo Padilha já devidamente apresentado no primeiro parágrafo.
Para Anivaldo Padilha apud Cynara, “a homossexualidade é hoje um dos temas que mais dividem as igrejas, tanto evangélicas quanto católicas”. De modo taxativo, Padilha afirma que: “quem alimenta o preconceito são as lideranças. Os fiéis manifestam dificuldade em obter respostas, por que no convívio com amigos, colegas ou mesmo parente que sejam homossexuais não veem diferenças”.
Essa constatação é algo que, na prática, nós homossexuais e/ou militantes já percebemos. Os cristãos, os crentes, os protestantes, os católicos, seja lá a denominação que tenham as pessoas religiosas, não são inimigos dos homossexuais ou contra qualquer que seja a minoria. Muitos crentes chegam a afirmar que seus pastores estão ultrapassados. Isso para não falar no número de famílias que as igrejas perdem porque não aceitam na mesma congregação o ente querido que seja assumidamente homossexual. O bordão: “Amamos o homossexual, mas condenamos o pecado,” Já não mais cola, pastor!
A falsa contenda entre evangélicos e gays é mais um subterfúgio dos líderes religiosos para manter suas igrejas cheias de crentes atemorizados pelos demônios, pelos comunistas e agora, pelos homossexuais. Falsos pastores, em seus programas de rádio, TV e internet, tentam endemonizar os homossexuais e todos os que militam em favor da causa, jogando pais contra filhos, mães contra filhas, amigos contra amigos, sociedade contra sociedade.
Segundo Padilha apud Cynara “a proporção de homossexuais entre os evangélicos é bastante similar à da sociedade brasileira como um todo”. Padilha, quando faz essa afirmação está embasado numa pesquisa “O Crente e o Sexo, do Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã, entidade que possui o maior banco de dados com e-mail de evangélicos brasileiros”, afirma Cynara.
A pesquisa ouviu 6.721 evangélicos solteiros de todo o Brasil com idade compreendida entre 16 e 60. Conforme a reportagem de Carta Capital, “os resultados divulgados em junho deste ano (2011): 5,02% dos evangélicos tiveram uma experiência homossexual e 10,69% disseram desejar experimentar ter relação com pessoas do mesmo sexo”.
O Ministério da Saúde, em pesquisa feita em 2009, mostrou que 7,6% dos brasileiros, entre 15 e 64 anos já tiveram relações com uma pessoa do mesmo sexo na vida. Para Cynara, “a diferença entre os hábitos sexuais dos crentes e do resto da população é quase nula”. A questão homossexual “não é teológica” para Padilha. “O que existe é que esse tema tem sido utilizado politicamente pela direita brasileira. Como não existe mais o comunismo, conseguem manipular a opinião pública assim. Eles têm o direito de expressar opiniões, mas não se pode impor ao Estado conceitos de pecado que não dizem respeito aos que professam outras religiões, ou nenhuma”. Emenda, por fim o metodista Anivaldo Padilha.
Em face do exposto, o que há em muitos líderes religiosos, especialmente nos literalistas, é cinismo e interesses escusos visando poder econômico e político. Até hoje há igrejas que pregam contra seus membros estudarem, terem internet, assistirem TV. Por quê? Simples, quanto mais ignorante o homem, mais fácil dominá-lo em favor dos interesses maquiavélicos do dominador.
MENEZES, Cynara. Ser gay é pecado? In Carta Capital: política, economia e cultura. Ano XVII, n. 672, 16 nov. 2011.
muito polemico, na verdade acho que ser gay deveria ser algo pessoal e intimo assim, como ser virgem ou nao pra qualquer pessoa.
ResponderExcluirentao neste caso nao me importo se eles tem vontade ou nao de ter relações homo.
vlw