Por Thonny Hawany
Como assinalamos na primeira
postagem, o projeto “Aprendendo Yorùbá e Boa Maneiras” visa a ensinar
palavras da língua yorùbá e, concomitante a isso, discutir questões relativas à
boa convivência entre as pessoas.
Na postagem de hoje,
trabalharemos com a palavra olófófó cujo significado remete para
um terrível hábito que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos: a
fofoca, também conhecida como fuxico.
Conforme os melhores dicionários
de língua yorùbá publicados no Brasil, a expressão olófófó, acompanhada
do verbo ser (ní), significa aquele que faz fofoca: o fofoqueiro. No
Brasil, existem programas de rádio, de televisão e revistas especializados na “arte”
de fazer fofoca. Há até fofoqueiros profissionais.
Da
mesma forma que o ejọ́ (intriga) e o èké (mentira), o olófófó
constitui um desvio de conduta moral e pode, ao ser praticado, contribuir para
desestabilizar as boas relações entre as pessoas que convivem nos mesmos grupos
sociais.
A
fofoca diferencia-se de um diálogo necessário pela natureza contextual e pela
necessidade de sua prática. Um alerta que uma pessoa dá a outra sobre algo ou
alguém é quase sempre calçado de boas intenções e isso pode não ser uma fofoca.
A conversa bem intencionada precisa ser direta para não cair no lugar comum da
fofoca.
Embora a fofoca venha sempre disfarçada
de uma ação repleta de boas intensões, seu principal objetivo é causar mais
problemas do que os já existentes.
A fofoca deve ser banida de nossas
vidas, devemos preferindo sempre um diálogo aberto, ponderado e responsável com
as pessoas do nosso grupo social. Fica a dica!
Fonte da
imagem: Arquivo do Ẹ̀kọ́ Èdè Yorùbá por Thonny Hawany
Referências:
BENISTE, José. Dicionário yorubá português. 2.Ed., Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2014.
JAGUN, Márcio de. Yorùbá: vocabulário temático do candomblé. Rio
de Janeiro: Litteris: 2017.
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