Por
Thonny Hawany
Da mesma forma que o ejọ́ (intriga), que o èké
(mentira) e que o olófófó (fofoca), apontamos o ìlara
(inveja, cobiça) como uma prática humana danosa, tanto para quem a sente,
quanto para quem ela é dirigida. Trata-se de um defeito moral.
Na cultura cristã, a inveja é tida como um dos sete pecados capitais,
que se define pelo desejo incontrolável e doentio de ter o que é do outro ou de
ser o que o outro é.
A inveja é diferente do desejo responsável. Desejar ter algo ou
ser o que alguém é, sem trabalhar, estudar e desenvolver-se na mais ampla acepção
da palavra, constitui um defeito moral, e isso é o que chamamos de desejo irresponsável,
manifestado na forma da inveja.
Não é pecado ou defeito moral querer ser ou ter algo que alguém
tem. O problema está na forma como esse desejo se manifesta e nas atitudes (positivas
ou negativas) da pessoa que deseja.
Deste modo, o melhor caminho
é alimentar o desejo responsável de ser e de ter, sem, no entanto, desejar a
destruição do outro. É preciso promover as condições necessárias para o sucesso
em ser e ter: desenvolver-se pelo trabalho e pela educação formal, informal e
não formal.
Fonte da imagem: Arquivo do Ẹ̀kọ́ Èdè Yorùbá por Thonny Hawany
Referências:
BENISTE, José. Dicionário yorubá português. 2.Ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
JAGUN, Márcio de. Yorùbá: vocabulário temático do candomblé. Rio de Janeiro: Litteris: 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário