Este blog tem por objetivo a publicação de artigos, ensaios e reflexões de natureza acadêmica e cultural. As letras, o direito, as multilinguagens, os códigos diversos, a cultura afrodescendente, gênero, identidade de gênero e outros relevantes temas sociais e humanísticos constituirão a base e o conceito geral das principais discussões nele implementadas.
Tenho
observado que, por parte da maioria das pessoas e das empresas, há certa
predileção pela forma de representação de horas em língua inglesa. Isso é
estrangeirismo e, como tal, constitui um vício de linguagem para a língua portuguesa.
A
representação de horas da forma como está prevista na gramática da língua
inglesa, para os países em que se fala tal idioma, não é errada; no entanto,
constitui um desvio (um erro) se usada no Brasil ou nos demais países que têm a
língua portuguesa como idioma oficial.
A forma como
uma pessoa ou uma empresa utiliza a língua pode enaltecê-la ou depreciá-la
perante a sociedade na qual está inserida.
Para não
sofrer depreciação perante nossos pares, é importante seguimos a regra: a
representação de horas segundo a gramática da língua portuguesa é: o número da
hora sem o zero à esquerda (de 1 a 24) + “h” minúsculo + o número dos minutos
sem o zero a esquerda (de 1 a 59) + a abreviação “min” (sem ponto), tudo sem
espaço. Veja alguns exemplos
Use 10h30min
e não 8:30
Use 8h29min
e não 8:29
Use “o
evento terá início às 8h10min.” E não 8:10
Use “a
palestra terminou às 22h15min.” E não 22:15
Mikaela Cândida é uma
travesti cacoalense, bastante conhecida no Estado de Rondônia e no circuito brasileiro
do movimento LGBT em virtude de sua militância carismática e em face de seus
posicionamentos sempre pautados por certezas e segurança. Como a maioria das travestis
e transexuais do Brasil, Mikaela, desde muito cedo, foi convidada pela
sociedade a fazer parte de uma triste estatística em que figuram milhares de profissionais
do sexo, que trabalham marginalizadas e sem nenhum reconhecimento social e
legal das estruturas governamentais.
Há, aproximadamente, sete
anos, Mikaela conheceu o movimento LGBT quando passou a fazer parte do Grupo
Arco-Íris de Rondônia, fundado por mim em novembro de 2006, na cidade de Cacoal.
Pouco tempo depois, Mikaela recebeu a oportunidade de figurar como membro do
Conselho Superior do Grupo, exercendo a tesouraria, no mandato da então
presidenta Guta de Matos.
Como representante do
Arco-Íris de Rondônia, Mikaela viajou por todo o Brasil representando o segmento
LGBT da região centro-sul do Estado em reuniões, congressos, seminários e
conferências. Mikaela deixou as ruas e entrou para a história.
Mikaela, como toda pessoa
que nasceu para vencer, não parou mais de crescer. Foi eleita a primeira travesti
membro do Conselho de Saúde no Município de Cacoal. Assim que terminou seu
mandato como conselheira, as autoridades políticas, em reconhecimento ao seu trabalho,
nomearam Mikaela como secretária executiva daquele Conselho onde permanece até
hoje desenvolvendo um trabalho inquestionavelmente ético.
No final de 2011, Mikaela
sagrou-se vice-presidente do Grupo Arco-Íris de Rondônia, no qual vem
desenvolvendo importante influência política na consagração de direitos LGBT,
com ênfase para os direitos de travestis e transexuais.
Em 2012, idealizou
importante cartilha que orienta a sociedade como se comportar diante de
clientes e pacientes travestis e transexuais (texto ainda não publicado). NO
mesmo ano, exerceu forte influência na aprovação de importante portaria do
Conselho Municipal de Saúde de Cacoal, pela qual os servidores públicos
municipais são orientados a tratar travestis e transexuais segundo seu gênero e
aparência.
Mikaela não para... No dia 8
de março de 2013, dia internacional da mulher, surpreendendo a todos e a todas,
ela passou ente os primeiros colocados no vestibular e ingressou para cursar Serviço
Social na UNOPAR – Campus de Cacoal. Daqui a exatos 4 anos, Mikaela será mais
uma travesti com nível superior no Estado de Rondônia a serviço da mesma
sociedade. Que orgulho!
Em face do exposto, só nos
testa parabenizar Mikaela Cândida pelo seu brilhante sucesso e torcer para que o
seu exemplo seja seguido por milhares de travestis e transexuais que só têm o
relento como casa e uma esquina como trabalho.
Que o exemplo de Mikaela
possa mudar o olhar da sociedade com relação à comunidade LGBT e entender que
só queremos liberdade de ação, igualdade e dignidade. Esperamos também que todo
esse sucesso, Mikaela, seja apenas o começo de tudo o quanto você ainda
significará para o Planeta Terra.
Agora é lei. O Estado de
São Paulo obriga todos os cartórios a habilitarem homossexuais para o casamento
civil segundo publicação no Diário Eletrônico da Justiça de terça-feira, dia 18
de dezembro de 2012. A medida deverá entrar em vigor em 60 dias.
Aproveitando o ensejo, Luiz
Carrieri e seu companheiro deram entrada na sua habilitação para o casamento
civil no 20º Cartório Civil de São Paulo. Luiz Carrieri e seu convivente vivem
em união estável há aproximadamente 38 anos. Nada mais justo que consagrarem
essa união já abençoada por Deus há tanto tempo. Cabe também lembrar que a
união estável não é mais pré-requisito para o casamento civil homoafetivo.
A decisão da justiça do Estado de São Paulo é um exemplo para outros Estados da Federação em que os
casais ainda precisam provocar a justiça para se casarem. No Estado de São
Paulo, os casais poderão se habilitar diretamente nos cartórios e não mais
terão que esperar parecer do Ministério Público e homologação do juiz. Essa
decisão representa uma vitória do movimento LGBT brasileira.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia publicou importante pesquisa que propõe um novo modelo para explicar a homossexualidade. Trata-se da epigenética: a forma como os genes são lidos pode determinar se o indivíduo terá orientação homossexual ou heterossexual.
Com base no modelo de estudos propostos, a homossexualidade é uma herança que os filhos herdam dos pais. Assim sendo, a homossexualidade se dá na transmissão, de pais para filhos, de marcadores que são responsáveis pelo funcionamento dos genes que definem a sexualidade do indivíduo.
O estudo publicado em dezembro de 2012 na revista científica “The Quarterly Review of Biology" tem como seu principal autor o cientista William Rice, da Universidade da Califórnia.
Conforme já vimos acima, a epigenética constitui um conjunto de características biológicas responsáveis pela leitura dos genes que os filhos herdam dos pais. Os marcadores epigenéticos são moléculas que, ligadas ao DNA, determinam o comportamento dos genes.
A pesquisa apresenta importantes pistas para se explicar a homossexualidade, no entanto é necessário cautela. A homossexualidade é algo muito complexo e não pode ser generalizada ou explicada numa única pesquisa teórica.
A epigenética pode explicar parte das dúvidas sobre a origem da homossexualidade, mas ainda não é a carta final sobre o assunto. Devemos comemorar os avanços e torcer para que tais pistas signifiquem o ponto de partida para definições mais concretas sobre o assunto.
Nesta quarta-feira, dia 28
de novembro de 2012, por volta das 18 horas e 30 minutos, no pólo da UNOPAR, no
município de Cacoal, a travesti Guta de Matos, conhecida militante LGBT do
Estado de Rondônia, apresentou o seu trabalho de Conclusão do Curso de
Pedagogia na presença de professores e de alunos concluintes do curso de Pedagogia
da UNOPAR.
Emocionada, Guta, antes da
brilhante apresentação, agradeceu a presença de seus amigos Mikaela Cândida, Thonny
Hawany, Rafael Costa, Jefferson Silva e também dos seus professores e dos seus colegas
do curso de pedagogia da UNOPAR.
Em seu trabalho, Guta de
Matos defendeu a importância da parceria entre a escola e a família na
construção de uma educação de qualidade. Segundo Guta, quando a família se une
à escola, o ensino e a aprendizagem atingem o seu maior nível de importância e
qualidade.
“Quando falo de família, em
meu trabalho, não falo somente da família tradicional, falo da família moderna
que ganhou novos formatos, a exemplo do que hoje se entende por família
homoafetiva. Independente de pai e mãe, de dois pais, ou ainda de duas mães, a
criança precisa ser assistida no seu processo de aprendizagem escolar. É
importante que a escola abra seu espaço físico e pedagógico para a família e
que a família faça de seu lar uma extensão da escola. Quem ganha com essa
parceria é o educando” Afirmou Guta.
Mais adiante, quando apresentou
o capítulo da monografia que trata da parceria família/escola, novamente, Guta,
emocionada falou de sua trajetória na escola e do preconceito que sofrera por
falta do apoio da família e também de educadores preparados para lidar com as
diferenças. “Senhores pedagogos, senhoras pedagogas, quando estiverem no exercício
de sua função, ao se depararem com uma criança que sofre de preconceito em
virtude de sua cor, de seu credo, ou de sua orientação sexual, lembrem-se de
mim e impeçam que essa criança morra socialmente. Eu consegui me recompor, mas
muitas travestis que conheço não tiveram a mesma força e vergaram-se socialmente”
Emendou Guta.
A partir deste momento, Guta
de Matos não é só a primeira travesti com nível superior no Estado de Rondônia,
ela é a representação viva da vitória do movimento LGBT no Estado. Segundo a
travesti Mikaela Cândida, vice-presidenta do Grupo Arco-Íris de Rondônia, “Guta
deu um exemplo a todas as travestis. Ao cursar nível superior com êxito, ela
nos mostrou que é possível vencer na vida e ocupar melhores espaços na
sociedade”.
Em síntese, Guta de Matos
entrou para a história do Município de Cacoal ao se graduar em Pedagogia. Ela
venceu uma das grandes batalhas, mas a guerra ainda não terminou, é preciso que
ela vença o preconceito como profissional da educação. Esperamos que a
sociedade abra espaço para que Guta mostre que é tão capaz de exercer o magistério
como qualquer outra pessoa.
Na
última reunião do Conselho Municipal de Saúde da cidade de Cacoal, no
dia 12 de novembro de 2012, o Pleno discutiu e aprovou a proposta apresentada
pelo Grupo Arco-Iris de Rondônia (GAYRO) para que todas as travestis e transexuais, no
âmbito de abrangência do Conselho, pudessem ser identificadas pelo nome social.
Para
decidir, o Conselho considerou a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2012,
do Ministério da Saúde que dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários do
SUS, em seu Art. 4º inciso I; a Portaria
nº 233 de 18 de maio de 2010 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
em consonância com a política de promoção e defesa dos direitos humanos e
também a Portaria nº 1.612, de 18 de novembro de 2011 Ministérios da Educação
que trata do mesmo assunto.
Decorrente da decisão do Pleno, o Conselho editou a Portaria n° 0015/2012
que dispõe, em seu texto, de uma serie de orientações a serem consideradas em
relação aos registros e tratamento de pacientes e funcionárias travestis e
transexuais no âmbito da saúde municipal.
Para Guta de Matos, conhecida militante LGBT, a decisão representa uma
vitória. “Não é de hoje que lutamos por nossos direitos. Saber que um segmento
da importância do Conselho Municipal de Saúde, do qual já fiz parte, editou uma
portaria orientando tratamento digno e humanitário a nós travestis, é motivo de muita
alegria”.
Para Mikaela Cândida, vice-presidenta do Grupo Arco-íris de Rondônia, a resolução 015
é uma vitória da militância. “Hoje eu posso dizer que meus direitos estão
começando a ser respeitados [...] Ser chamada pelo nome com o qual me identifico é o
mínimo que espero das pessoas. O Conselho de Saúde tomou uma decisão honrosa.
Estou feliz.” Emendou Mikaela emocionada.
A portaria 015 entrou para a história da militância LGBT
do Estado de Rondônia. O Conselho de Saúde do Município de Cacoal saiu na frente
e escreveu, nos registros históricos do Estado, que os direitos humanos são para todos conforme preconiza a
Constituição Federal.
Em entrevista, Edna Mota, presidenta do Conselho,
afirmou que a decisão tomada pelo Pleno representa um avanço no entendimento da
sociedade e das políticas públicas contemaporâneas. “O Conselho de Saúde do
Municipio de Cacoal é um órgão do povo que trabalha em favor do povo
independente da cor, da raça, da religão, do sexo, da orientação sexual ou de
quaisquer outras diferenças”. Constou Edna Mota.
A partir de agora, todos os órgãos públicos de saúde, localizados no município de Cacoal, estão orientados a instruir seus servidores no tocante ao tratamento das pessoas travestis e transexuais. A inclusão do nome social não é uma sugestão é norma de instâncias superiores e agora é resolução do Conselho Municipal de Saúde. Direitos humanos já! Igualdade, liberdade e respeito a nossa dignidade, é tudo o que queremos, nem mais, nem menos.
Por
isso que este domingo está mais triste, pouco ensolarado, cinzento. Hoje, dia
18 de novembro de 2012, foi encontrado morto, na praia do Cabo de Santo
Agostinho, nas proximidades da cidade de Recife, no Pernambuco, o jornalista
goiano e ativista LGBT, Lucas Cardoso
Fortuna, de 28 anos de idade. Ainda não se sabe nada sobre o crime e sobre
os criminosos.
Conforme
informações preliminares, o corpo foi encontrado trajando roupas sumárias e com
fortes sinais de espancamento. Ainda segundo uma amiga, o jornalista havia se
dirigido a Cabo de Santo Agostinho para atuar como árbitro de uma partida de vôlei.
Lucas foi visto pela última veza no sábado dia 17/11, na sacado do hotel.
Aí
está mais um caso de crime contra ativista LGBT que será tratado como homicídio
comum, ainda que tenha sido cometido por força do ódio contra sua orientação
sexual. Lucas será enterrado em seu estado de origem: Goiás.
Esperamos
que esse crime não fique impune como tantos outros ocorridos em circunstâncias
semelhantes. Que a morte de Lucas Cardoso Fortuna seja esclarecida e que o(s)
criminoso(s) seja(m) punido(s) com o rigor que merece(m).
A Cacoal Rainbow Fest é mais
que uma festa. Trata-se de um evento criado em 2006 com a finalidade de dar
visibilidade ao movimento LGBT que estava sendo criado no município de Cacoal
que mais tarde veio a se denominar de Grupo Arco-Íris de Rondônia (GAYRO).
Naquela época tudo era muito
mais difícil. Falar de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais ainda era
um tabu no interior do Estado de Rondônia, quanto mais falar em fazer uma festa
para confraternização de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Pensando em não afrontar a sociedade,
fizemos a primeira festa há aproximadamente cinco quilômetros de Cacoal, no
espaço denominado Castelinho do Cupim. Hoje, em face das conquistas, sete anos depois, estamos realizando a Rainbow no centro de Cacoal, no Armazém.
Desde sua primeira versão, a
Cacoal Rainbow Fest conta com a presença de heterossexuais amigos e simpatizantes
do movimento LGBT. Com o decorrer dos anos, a presença dos amigos
heterossexuais e de familiares tem aumentado gradativamente.
Neste ano, a comissão
organizadora quer mostrar que homossexuais e heterossexuais podem conviver em
harmonia, por isso, a Cacoal Rainbow Fest de 2012 tem como objetivo reunir o
maior número possível de heterossexuais e homossexuais no mesmo lugar para
confraternizarem entre si num evento inclusivo.
A Cacoal Rainbow Fest
contará com a presença marcante do DJ oficial da Parada Gay de Porto Velho,
Revanche, com o VJ Amarildo Bezerra, também de Porto Velho, com os shows de
Guta de Matos, Jordana Ferreira, Mikaela Cândida, Jandira Caçambão e Sharis
Danúbia, além de outras atrações que ainda estão por confirmar.
A Cacoal Rainbow Fest
acontecerá no dia 8 de dezembro, no conhecido Armazém. Segundo a comissão organizadora,
além dos shows, estão sendo preparadas iluminação e decoração especiais para o
local do evento. A 7ª Rainbow será o ponto de partida para a realização da 1ª
Parada do Orgulho LGBT de Cacoal. Venham e divirtam-se em companhia de muita gente bonita.
Porto Velho terá o segundo casamento homoafetivo do Estado de Rondônia. O Tribunal de Justiça do Estado corrige decisão de juiz de primeira instância que negou homologação ao segundo casamento homoafetivo do Estado.
O casamento é de duas mulheres que já vivem em união homoafetiva há, aproximadamente, quatro anos. Segundo o corregedor geral de justiça do TJ de Rondônia, o lúcido desembargador Miguel Mônico, em decisão que fora publicada hoje dia 22 de outubro de 2012, não há o seu se negar direito a quem os tem. Principalmente depois da decisão do STF em maio de 2011.
A decisão de primeira instância foi do senhor juiz Amauri Lemos, titular da 2ª Vara de Execuções Fiscais e Registros Públicos da Comarca de Porto Velho. No seu entendimento, apesar do inquestionável parecer o Ministério Público o juiz não encontrou na lei respaldo para a sua homologação. Será que o respeitável magistrado leu a Constituição Federal? Desculpe, não resiti, tive que ironizar.
Veja só o que prolatou o MM juiz: "a despeito do entendimento da ilustre representante do Parquet (MP) e das demais opiniões favoráveis, e entendendo também que as pessoas devam ter e usufruir os mesmos direitos, sem qualquer forma de discriminação, por mais que seja louvável o pedido inicial, não encontro guarida na legislação nacional". Esse discurso é no mínimo o maior de todos os paradoxos.
Segundo publicou o site Tudo Rondônia, o senhor juiz ainda anotou em sua decisão: "a Constituição Federal, quando discutida, elaborada e formulada pelos constituintes originários, não previu o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se assim for a vontade do constituinte derivado que o faça, mas a meu ver, não cabe ao Judiciário imiscuir-se nos assuntos do legislativo, quando este, inclusive, já discute projetos de lei contra e a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bem assim o novel Código Civil estabelece que o casamento civil será realizado entre homem e mulher, ou seja, pessoas de sexos opostos". Sem comentários.
Veja ainda o que disse o magistrado ao negar o pedido de casamento: "até que se modifique o atual entendimento, o STF em recente decisão reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, como entidade familiar, e não ao status de casamento civil. Em temas conflitantes e acalorados como este, em que a legislação constitucional e infraconstitucional não prevê o casamento requerido, e tratando-se de uma constatação que vem tomando corpo e realidade, nada melhor do que deixar ao poder legiferante e legítimo para, em seu palco próprio de atuação, declarar pelos meios". E enquanto os tais “legiferantes”, doutor, discutem que religião deve ocupar os poderes do Brasil e se ser gay é pecado ou não, a justiça não pode deixar de fazer justiça às pessoas que se amam e que querem viver dignamente à luz da legalidade.
Graças a Deus, a decisão do desembargador foi totalmente contrária. Segundo ele "... não se pode medir a dignidade de um ser humano pelo seu sexo, sua cor, pela sua condição social etc., tampouco pode ser aferida essa dignidade pela sua equivocadamente chamada de 'opção sexual'. O ser humano é HUMANO". Isso sim é fazer justiça. O magistrado não pode ter medo de enfrentar as questões sociais.
O senhor desembargador, tomando como base a decisão do STF sobre tal matéria, fundamentou: "... deve-se [...] excluir todo o significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo, entendida esta como sinônimo perfeito de família. Segue-se ainda das conclusões dos julgados referidos que, se é verdade que o casamento é a forma pela qual o Estado melhor protege a família, não há de ser negada essa via a nenhuma família que por ela optar, independentemente de orientação sexual dos partícipes, pois todos os seres humanos gozam da mesma dignidade [...]. Por derradeiro, os arts. 1514, 1521, 1523, 1535 e 1565 do CC não vedam o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não há vedação implícita e a omissão legislativa não poderia perpetuar, ainda que em nome de uma pretensa democracia, a perda de direitos civis de eventual minoria, sobretudo diante dos princípios do pacto fundante".
Em face do exposto, notadamente, presenciamos com essa decisão do nobre desembargador mais um passo da comunidade LGBT de Rondônia rumo a um futuro de igualdade e de respeito à dignidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Congratulo a justiça de Rondônia por mais essa importante decisão. Avante homens e mulheres de bem que amam e que querem constituir famílias homoafetivas às sobras da legalidade. Coragem!
Com o tema “Homofobia tem cura”, mais de 300 LGBT e simpatizantes da causa marcharam pelas principais ruas e avenidas de Ji-Paraná, neste domingo, dia 14 de outubro de 2012, arrastando um arco-íris de alegria e de protesto.
Segundo Fabrício Xavier, um dos organizadores da Parada, o apoio do poder público foi quase insignificante, além de uns poucos preservativos e de algumas estadas e passagens, os governos municipal e estadual silenciaram-se diante do manifesto. Como diria um conhecido jornalista brasileiro: “Isso é uma vergonha!”.
A concentração da Parada teve início por volta das 16 horas, no pátio de um posto de gasolina, próximo à BR 364. Às 18 horas, a Parada saiu em direção à Avenida Brasil, subiu até a T 13 e desceu a Curitiba, em direção ao espaço cultural denominado Beira Rio, às margens do Rio Machado, onde houve mais manifestos.
Agitando flâmulas coloridas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, aliados e aliadas, todos muito felizes, dançavam embalados pela música de um pequeno carro de som. À medida que o cortejo avançava pelas ruas, pequenos grupos de pessoas, bem colocados nas calçadas, acompanhavam com admiração e respeito o manifesto. Por vezes, chegaram a aplaudir a manifestação.
Segundo afirmou Fabrício Xavier ao site G1: “Não adianta dizer que o preconceito não existe. A homofobia está em todos os lugares. Por isso hoje nós estamos aqui fazendo um apelo para a sociedade, que respeite a orientação sexual de cada cidadão”.
As novidades deste ano ficaram por conta do aumento de pessoas heterossexuais na Parada LGBT e pelo marcante respeito às religiões. Todas as vezes que o grupo se aproximava de uma igreja ou templo religioso em funcionamento, o carro de som era silenciado em respeito ao direito constitucional de liberdade de crença.
Para Guta de Matos, conhecida militante LGBT de Rondônia, o importante não é o número de pessoas que uma parada arrasta, mas a sua proposta política. “Independente da quantidade, o que vale mesmo é a qualidade”, emendou Guta de Matos.
Segundo Adriano de Souza: “As paradas do orgulho LGBT estão se disseminando por todo o interior do Brasil e isso é um claro sinal de amadurecimento político da população LGBT”.
“Não podemos nos silenciar diante daqueles que não reconhecem os nossos direitos. É preciso marchar em direção à igualdade, à liberdade e ao respeito a nossa dignidade LGBT, afirmou Denise Limeira em seu discurso inicial.
A Parada contou com o apoio da Polícia Militar e de agentes do EMTU que controlaram o trânsito e garantiram a segurança de todos os que participaram.
Eu sempre me dei bem com a “Dieta dos Carboidratos”. Todas as vezes que quero emagrecer pouco ou muito, eu a uso com sucesso, mas é preciso de orientação médica, nutricional e muita responsabilidade. Dieta sem responsabilidade MATA.
A dieta dos carboidratos foi criada pelo médico norte-americano, Robert Atinsk. Trata-se de uma forma bastante fácil e cômoda para emagrecer considerando o sacrifício que é imposto por outras formas de fazer dieta.
Usando a dieta dos carboidratos, emagrece e ainda se pode manter o peso desejado. Na dieta, a alimentação permitida são os alimentos que contem proteínas e alguns legumes e verduras, mas nada de alimentos com carboidratos. Abaixo, apresentarei uma lista dos possíveis alimentos sem carboidratos.
Há 15 dias, eu estava pesando 75 quilos e, hoje, depois de todo esse período sem ingestão de carboidratos, estou pesando 70 quilos e 800 gramas. Emagreci, portanto, 4 quilos e duzentos gramas. Para mim está ótimo.
O organismo humano tem uma glândula denominada “CETÔNICO” que tem função diurética, laxante e relaxante segundo diversas literaturas na internet. Essa glândula é peça fundamental para o êxito da dieta. Ela transforma as gorduras excedentes no organismo nos açucares que ele precisa para funcionar bem. Sem carboidratos, sem açucares. Sem açucares, emagrece-se na certa.
A partir do dia em que se inicia a dieta dos carboidratos, pode-se comer à vontade, menos os alimentos que contem carboidratos. Depois de 48 horas se alimentando sem carboidratos, a glândula cetônico dá inicio a um processo de armazenamento de todas as gorduras ingeridas e começa a funcionar. Conforme já dissemos anteriormente, ela transforma as gorduras excedentes em açucares que são importantes para o funcionamento de nossas funções físicas.
O nível do cetônico pode ser acompanhado por um teste adquirido facilmente nas farmácias. O teste vem com um bastão que, colocado na urina, mudará de cor para escuro. Quando mais densa é a cor, maior é a garantia que se está emagrecendo. Conforme está escrito em muitos sites que tratam do assunto, podemos emagrecer até 5 quilos por semana. Isso dependerá de cada organismo. No meu caso, levo 15 dias para emagrecer perto do que estabelece a meta.
Recomenda-se, depois de 15 dias, sair da dieta por dois dias, momento em que se pode ingerir carboidratos. Como experiência própria, recomendo escolher alimentos que contenham o mínimo de carboidratos. Quando não for possível escolher um alimento que contenha pouco carboidrato, coma o mínimo possível apenas para matar a vontade de ingerir uma boa colher de arroz, uma deliciosa colher de feijão, uma especial metade de um pãozinho, uma fatia de pizza. Passados os dois, dias, volte a mais 15 dias sem carboidratos, emagreça o quando ainda seja necessário, se for o caso, e, depois disso faça uma dieta de poucos carboidratos para se manter bem.
São alimentos sem carboidrato:
Abobrinha verde, acelga, agrião, água com gás, água natural, água tônica diet, alface, aspargos, atum, azeite. Azeitona, bacalhau, bacon, berinjela, rúcula, brócolis, café, camarão, caranguejo, carne de aves, carne suína, carne bovina, peixes, caviar, cebola como tempero, cenoura (até uma por dia), chá de ervas, chicória, chuchu, cogumelo, couve, couve-flor, escarola, espinafre, gelatinas diet e light, geleia diet de morango, gin (única bebida alcoólica sem carboidratos), jiló, lagosta, limão, linguiça, manteiga, margarina, mexilhões, nabo, nata, omelete, ostra, ovos, palmito, pepino, pimentão, presunto, presunto cozido, queijos industrializados, quiabo, rabanete, refrigerantes diet e light, repolho, sal, saladas verdes, salaminho, salpicão, salsa, coentro, suco artificiais (leia na embalagem se os carboidratos são toleráveis ou zero), sukiaki sem macarrão, tomates (até 3 por dia), trident, vagem. Fazendo uma pesquisa mais profunda, você poderá encontrar outros alimentos sem carboidratos.
O segredo desta dieta é a criatividade, você poderá se alimentar e não sentir falta dos carboidratos no prazo estabelecido pelo médico ou pela nutricionista. Emagreça de forma saudável e faça as pazes com o seu espelho e com o seu guarda-roupa.
ATENÇÃO! Thonny Hawany e licenciado em Letras e bacharel em Direito. Não sou, portanto, médico nem nutricionista. Vá antes a um médico ou a um nutricionista para saber se você pode fazer essa dieta. Dieta mal feita pode MATAR.
A minha intenção em publicar esse texto é para socializar o que está dando certo comigo. A dieta dos carboidratos possuem efeitos colaterais que, se bem orientado(a), você não os sentirá.
Faça a dieta dentro dos limites e orientações e volte aqui para nos contar como ela funcionou com você.
Jefferson sempre me surpreendendo. Hoje, Rafael e eu completamos 2 anos de união estável. Acreditamos que essa é a verdadeira data de nosso casamento, apesar da celebração no civil ter acontecido apenas no dia...3 de março de 2012. Hoje trocamos flores, foi maravilhoso; mas, o maior de todos os encantos, foi o presente que o Jefferson, nosso filho de 11 anos, nos deu.
A mim ele escreveu uma cartinha com os seguintes dizeres:
“De Jefferson
Para Thonny Hawany
Pai, parabéns por esses 2 anos de casamento com o Rafa. Eu quero dizer que vocês dois são muito importantes na minha vida. Vocês me ensinam ser um bom menino, me dão amor, carinho, educação.
Quero agradecer muitíssimo a você. Você é o melhor pai do mundo. Você é meu super herói.
Amo você !!!” (sic)
Ao Rafa ele escreveu também uma cartinha com os seguintes dizeres:
“De Jefferson
Para Rafael
Parabéns por estes 2 anosa morando conosco e me aturando.
Quero agradecer por tudo que você me fez ao longo desses 2 anos. Você me deu felicidades, alegria, amor e segurança, me deu limites de tudo, me ensinou a limpar a casa, a tabuada e ser feliz ao seu lado. Eu lhe desejo parabéns, sorte, paz, amor e saúde para me aturar mais uns 10 anos
Te amo parabéns!!!” (sic)
Respeitei a ortografia, a sintaxe e a construção simples para mostrar o afeto, a responsabilidade, o respeito e admiração pela forma como o tratamos.
Este meu filho, é mesmo meu grande orgulho. Isso não é intimidade em aberto, é alegria que deve ser partilhada com os amigos. E quem sabe, um bom exemplo para os pais e mães, pais e pais, mães e mães que ainda não se encontraram na criação de um filho e na harmonia do casamento.
NÓS TAMBÉM TE AMAMOS JEFFERSON. VOCÊ É O SOL QUE NOS ILUMINA, A LUA QUE CLAREIA NOSSOS MOMENTOS MAIS NUBLADOS. NOSSA RAZÃO DE VIVER.
ATENÇÃO!!! A Parada do Orgulho LGBT de Ji-Paraná foi adiada para o dia 14 de outubro de 2012, por motivo de força maior. Segundo informou Samantha Star, todas as informações serão dadas por este blog e por outros meios de comunicação da região e do Estado de Rondônia. Dúvidas? Ligue: 92229539.
A segunda Parada do Orgulho Gay de Ji-Paraná acontecerá no dia 14 de outubro de 2012, com saída a partir das 16 horas, do Posto Vitória, na Vila Jotão. O tema da parada deste ano será “Meu Voto, Meu Direito, Minha Cidadania”. Arrasou!
Segundo informou Samantha Star, atual presidenta do Grupo LGBT de Ji-Paraná, o tema da parada visa conscientizar os eleitores LGBT de JIPA e região a votarem consciente em candidatos que tenham propostas concretas para a comunicada gay. “Não podemos desperdiçar a oportunidade de melhorar a nossa condição homossexual e o nosso direito à igualdade votando em candidatos homofóbicos”, afirmou Samantha Star ao Blog Thonny Hawany.
“Tem gente que não está nem aí com a causa. É preciso que todos participem do evento para mostrarmos a sociedade que também fazemos parte dela e que também temos direitos”, afirmou Samantha Star.
A Parada do Orgulho Gay de Ji-Paraná de 2012 terá a coordenação de Samantha Star e a colaboração de Karem de Porto Velho e de Denise Limeira também de Porto Velho.
A coordenadora da parada afirmou que na véspera, dia 22 de setembro, haverá a tradicional festa pré-parada com muitas atrações. A festa pré-parada acontecerá no Clube Posto Vitória, próximo da Taí Max, saída para Porto Velho.
Se precisarem de mais informação, ligue diretamente para a coordenadora da 2ª Parada do Orgulho Gay de Ji-Paraná, Samantha Star, (69) 92229539. Thonny Hawany Rafa Hawany e Jefferson Hawany já têm lugar garantido na comissão de frente da parada. Obá! Avante porque o labor é árduo, mas a colheita será farta.
O principal objetivo da universidade é buscar a perfeição pela indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, conforme está disposto no artigo 207 da Constituição Federal, quando diz que “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.
Em obediência a esse princípio, as Instituições de Ensino Superior precisam se adequar aos sistemas legais para se tornarem mais eficientes e mais nobres no desempenho de seus objetivos socioeducacionais.
Para facilitar a compreensão desses componentes da tríade universitária passamos, a seguir, aos conceitos de ensino, de pesquisa e de extensão, bem como a apresentação relacional que há entre esses componentes a fim de reafirmar a relevante indissociabilidade constitucional que há entre eles. Assim sendo,
I.ensino é a transmissão sistemática de conhecimentos teóricos e/ou práticos indispensáveis ao progresso da educação e da sociedade como um todo. O ensino pode se dar por meio de aulas, quer sejam práticas, quer sejam teóricas.
Mesmo que quiséssemos, não seria possível desatrelar o ensino da pesquisa e da extensão, haja vista sua estreita relação. Para Demos (2000, p. 14), “quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que apenas ensina jamais o foi. Pesquisador que só pesquisa é elitista explorador, privilegiado e acomodado”.
II. pesquisa é uma prática sistematizada de aquisição, construção e desenvolvimento do conhecimento humano que se dá por meio de práticas de investigação dos fenômenos observando a origem, as causas, os efeitos e as consequências.
Para Appolinário (2004, p. 150), a pesquisa se define como sendo o “processo através do qual a ciência busca dar respostas aos problemas que se lhe apresentam. Investigação sistemática de determinado assunto que visa obter novas informações e/ou reorganizar as informações já existentes sobre um problema específico e bem definido”.
A dissociabilidade da pesquisa dos demais componentes, segundo as exigências da educação moderna, é praticamente impossível. É importante que o professor seja um pesquisador e que o pesquisador também seja um professor. Tudo o que se aprende por meio da pesquisa e do ensino deve ser, sobremaneira, socializado; assim sendo, além de professor e pesquisador, é importante que também sejamos extensionistas na práxis acadêmico-educativa.
III. extensão é um processo de fomento educativo, cultural e científico que viabiliza a interrelação entre a universidade e a sociedade com o propósito de disseminar e assegurar a transmissão e aquisição de novos conhecimentos; a extensão é acima de tudo, a democratização dos saberes acadêmicos, é o veiculo pelo qual se dá a dialética entre a teoria e a prática de forma inter, multi e transdisciplinar.
Para as Diretrizes que foram aprovadas por ocasião do Fórum Nacional de Pró-reitores de Extensão (ForProEx), a extensão universitária resume-se num “[...] processo educativo, cultural e científico, articulado de forma indissociável ao ensino e à pesquisa e que viabiliza uma relação transformadora entre a universidade e a sociedade”.
Para o Plano Nacional de Extensão Universitária (BRASIL, 2000, p. 5), a “extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento”.
Como se pode ver, tanto a universidade tem a contribuir com a sociedade, como esta tem materiais sociais a fornecer para o desenvolvimento daquela; trata-se, pois, como disse o próprio Plano Nacional, de uma troca de informações e subsídios que servem e podem ser aproveitados para o crescimento de ambas.
Havendo feito algumas considerações sobre ensino, pesquisa e extensão, o que julgamos suficientes para o nosso propósito; doravante, dedicar-nos-emos a outro ponto que merece nossa atenção nesta atividade reflexiva, ou seja, trataremos da dissociação entre aula teórica e aula prática.
Para isso é importante, a priori, compreendermos que aula é o sagrado horário em que são praticados estudos com o fim de promover o ensino e a aprendizagem. As aulas podem ocorrer intra ou extraclasse, fato que não as diferencia em teóricas e práticas. A diferença básica entre as aulas teóricas e práticas é a natureza, a estrutura, os objetivos a serem alcançados, as técnicas, os métodos e materiais utilizados em cada uma delas.
I. As aulas teóricas são aquelas em que a ênfase está no professor e nos conteúdos ministrados. A aula teórica é o mais comum de todos os instrumentos utilizados no processo de ensino e aprendizagem, ela está tão presente em nossa cultura que, por vezes, chegamos confundi-la com a própria natureza do ensino. As aulas puramente teóricas têm sido objeto de muitas discussões no âmbito dos sistemas educacionais, elas encontram os que as defendam e também os que as ataquem veementemente por sua natureza tradicional e fora de moda.
II. As aulas práticas correspondem ao exercício das experiências acumuladas pela aplicação da teoria. Uma aula em laboratório, uma prática de campo, a resolução de atividades que visem a compreensão da teoria constituem exemplos de aulas práticas.
As aulas teóricas não podem ser confundidas com verbalismos desnecessários, nem tão pouco, as práticas com o mero manuseio de itens e objetos impulsionado pela mera e infundada curiosidade.
Ainda com o intuito de dissipar as principais dúvidas a respeito de aulas teóricas, aulas práticas, aulas teórico-práticas e de outras ações acadêmicas, abaixo relacionamos as principais atividades praticadas no âmbito de uma Instituição de Ensino Superior, que podem ocorrer intra ou extraclasse.
a) Aula de Campo:
A aula de campo é um tipo de atividade pedagógica que visa facilitar a compreensão e leitura do meio ambiente e deve, sobremaneira, abrir espaço para o estreitamento entre a teoria e a prática. A presença marcante do professor ou monitor é sua principal característica. Neste caso, os alunos podem participar direta ou indiretamente. Trata-se de um modelo pouco utilizado para o ensino, mas regularmente aproveitado na pesquisa, especialmente em áreas como a geografia, a arqueologia, as engenharias florestal e ambiental. As aulas de campo são excelentes atividades para a prática da interdisciplinaridade. Levar os alunos a lixões, a praças, a florestas, a rios e a outros lugares para fazê-los compreender a relação entre a teoria e a prática constitui exemplos de aulas de campo. As aulas de campo podem ser teóricas e/ou práticas.
b) Prática de Campo
A prática de campo é caracterizada pela presença direta dos alunos. Nesse tipo de evento, devem-se planejar amiúde as atividades a serem desenvolvidas e os materiais a serem utilizados. Sob a devida orientação, os alunos desenvolvem atividades práticas. Exemplo de atividade prática: manuseio de equipamentos e outros materiais, dentro ou fora do ambiente escolar. Nesse tipo de atividade predomina a prática em detrimento da teoria.
c) Visita Técnica
A visita técnica é caracterizada pela participação indireta dos alunos, os quais ficam restritos à observação das ações e atividades desenvolvidas por terceiros e máquinas e de fenômenos naturais. Na visita técnica, os alunos interagem com os elementos envolvidos no processo de modo sensorial. A observação é a natureza desse tipo de atividade.
d) Atividade Complementar
A atividade complementar constitui uma ação de natureza acadêmica que vai além daquelas descritas no currículo de um curso e pode ser representada pela participação em projetos de extensão e de iniciação científica; pela publicação de artigos e/ou de outras produções científicas na área de formação; pela participação em congressos, seminários, jornadas, encontros, semanas, colóquios, mesas redondas, cursos de curta, média e longa duração na área ou em área adjacente a de formação do aluno, como ouvinte, monitor ou ainda como parte da comissão de organização e realização do evento; pelo aproveitamento de disciplinas cursadas em outros cursos de graduação e não aproveitadas no novo curso em lugar de disciplinas constantes da matriz curricular; pela comunicação científica em eventos; pela participação em estágios extracurriculares; pela efetiva participação em órgãos de representação acadêmica; pela representação discente em segmentos colegiados da IES; pelo comprovado domínio de línguas estrangeiras e ainda por atividades reconhecidas no âmbito dos órgãos colegiados competentes.
e) Aula Expositiva:
A aula expositiva é uma ação monóloga. Nela o professor é o centro ativo enquanto que os alunos, de forma passiva, recebem os conteúdos observando e ouvindo. As palestras e outras práticas do gênero são excelentes exemplos de aulas expositivas.
f) Aula Expositivo-dialogada:
A aula expositivo-dialogada é uma prática educacional pela qual o professor transmite conteúdos e conta com a participação efetiva dos alunos que contra-argumentam, perguntam e debatem com o professor os conteúdos propostos e ministrados. Os debates, as reflexões coletivas a respeito de um tema e de outras práticas, em que o professor e aluno são sujeitos ativos do fazer, constituem exemplos de aula expositivo-dialogada.
g) Aula Demonstrativa:
A aula demonstrativa é um tipo de atividade que, geralmente, antecede à uma aula prática. Nela o professor ensina ou demonstra como fazer algo. A aula demonstrativa pode ocorrer dentro ou fora do ambiente escolar.
h) Estágio Supervisionado curricular:
O estágio supervisionado curricular é a atividade acadêmica que proporciona experiências profissionais, sociais e culturais ao discente, visando o seu aprimoramento para o mundo do trabalho.
No estágio supervisionado, o aluno deve participar de situações problemas reais, sempre, sob a orientação, supervisão e coordenação de profissionais e/ou de instituições de formação técnica e acadêmica.
O Estágio Supervisionado Curricular não se confunde com outras atividades acadêmicas. Suas características e objetivos o torna único e imprescindível na formação do futuro profissional.
Por fim, o Estágio Supervisionado Curricular é a atividade mediadora da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão.
Em face do exposto, pudemos observar que a Universidade é um todo coeso não havendo como desenvolver suas ações de modo fragmentário. O tripé universitário formado pelo ensino, pela pesquisa, pela extensão e por todas as suas modalidades de execução constitui um todo indissociável como está estabelecido na Constituição Federal.
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Referências:
APPOLINÁRIO, Fábio. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004.
BRASIL. Constituição Federal. Disponível: em: site do planalto. Acesso em: 13/08/2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Extensão Universitária: Organização e Sistematização. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Universidade Federal de Minas Gerais. PROEX. COOPMED Editora, 2007.
BRASIL. Plano Nacional de Extensão Universitária. Disponível em: http://www.uniube.br/ceac/arquivos/PNEX.pdf Acesso em: 7 jan. 2009.
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2000.