sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"O AMOR FALA TODAS AS LÍGUAS"



Por Thonny Hawany

A História da humanidade é marcada por perseguições e de todo o tipo de barbárie. Ao longo dos tempos, o Homem foi discriminado por ser do sexo feminino, por ser idoso, por ser negro, por ser índio, por ser judeu, por ser cristão, por ser deste ou daquele país, por ser HOMOSSEXUAL, - por ser diferente daquilo que uma sociedade de padrões arcaicos, fundamentalistas, machistas, bairristas, estabeleceu como modelo.
Quem disse que apenas um homem e uma mulher heterossexuais são capazes de AMAR? Quem disse que o AMOR é um atributo deste ou daquele indivíduo? Quem disse que os homossexuais não somos capazes de AMAR, de criar nossos filhos, ainda que estes tenham sido gerados no ventre de uma mãe heterossexual como aquela que nos gerou? Quem disse que um homem por ser dessa ou daquela cor... dessa ou daquela raça... dessa ou daquela religião não é capaz de AMAR?
Em que as classes tidas como minoritárias são diferentes daquelas que se dizem elite? O negro é menos capaz que o branco? O pobre discriminado é menos inteligente que o rico burguês? Você já parou para se perguntar por que estamos todos na luta pela igualdade e o que isso significa exatamente? Será que se toda a humanidade seguisse o filho de Deus – Jesus Cristo – quando disse: “Amai uns aos outros, assim como eu vos amei”, seria necessário levantarmos bandeiras para discutirmos políticas públicas e direitos humanos aplicados à comunidade LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais)?
As respostas a estas perguntas causam pavor àqueles que dependem das classes minoritárias para continuarem brincando de discriminação. É maravilhoso para eles - os agentes da discriminação - quando o herói branco vence o bandido negro nos filmes que retratam a sua cultura ariana. Se uma mulher é violentada, ou se sofre violência doméstica, isso, era, até pouco tempo, justificado pela honra ferida do marido ou pela devida “obediência cega” ao seu “senhor”. As anedotas não têm graça se não figurar no centro delas um protagonista de classe minoritária sendo espezinhado: um negro, uma mulher, um judeu, um HOMOSSEXUAL.
Quando nos dizem que somos dignos de pena, de perdão, estão exatamente dizendo o que? Que estamos em pecado por AMAR o nosso semelhante, só porque esse semelhante é da mesma orientação sexual que a nossa? Com base em que direito, esses homens e mulheres nos tiram os nossos direitos de homens e mulheres: gays, lésbicas, bissexuais e transexuais? Direitos que estão amplamente garantidos na Constituição da República Federativa do Brasil quando afirma que: "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade [...]".
Em síntese, entendemos que uma cultura não se muda da noite para o dia, é preciso fazer como a água, que de modo persistente, abre caminho por entre as duras predras. Os paradigamas embolorados precisam ser estirpados das relações intersubjetivas para que a sociedade viva livre do PRECONCEITO. É preciso, pois, ser como o carvalho que, exposto aos mais rigorosos ventos, faz-se forte e vigoroso para suportá-los... É preciso ser como o diamante que, para ser a mais preciosa de todas as pedras, suporta ser forjado sob a mais alta pressão. O que hoje entendemos por tempestade será, sem sombra de dúvidas, um crescente alicerce na construção de um futuro de PAZ entre os homens, quer sejam héteros, quer sejam homossexuais.

Por Thonny Hawany

Um comentário:

  1. Todos esses preconceitos residem no fato de as pessoas terem uma visão deveras superficial umas das outras. Olhamos para o outro e vemos a cor de sua pele, a opção sexual que fez, o quanto seu cabelo é liso ou não, o quanto é pobre ou rico, gordo ou magro; e esquecemos que atrás disso tudo, tem o ser humano, a pessoa que rí ou chora, a pessoa que sofre, a pessoa que não pediu pra ter essa ou aquela cor, essa ou outra opção sexual, não pode escolher se nascia rico ou pobre, não optou por esse ou aquele cabelo. Não é justo que paguem por toda a vida por características sobre as quais não puderam opinar. Não é justo que os que se acham melhores de dêem o direito de espinafrar o diferente, simplesmente porque nossa sociedade elegeu para si padrões de comportamente - e "beleza" - inalcançável a imensa maioria de nós. Levemos conosco a tolerância para com o outro, pautemos nossas ações no amor, sempre buscando nas pessoas algo além do que a cortina de nossos preconceitos permite ver.

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