sexta-feira, 12 de abril de 2013

EM CACOAL, CASAL GAY RECEBE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA FIGURAREM NO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO

Por Carolina Sá

Casados oficialmente desde março de 2012 – quando obtiveram autorização judicial – o professor universitário Thonny Hawany e seu companheiro Rafael Costa querem agora adotar uma criança. Em março, quando completaram um ano de casados, receberam como presente a autorização judicial favorável de inclusão do nome do casal no Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

O procedimento foi autorizado pelo juiz Audarzean Santana da Silva da 2ª Vara de Família da Comarca de Cacoal, e foi mais rápido do que Thonny esperava. Ele já é pai do menino Jefferson, que adotou quando bebê no estado da Bahia, agora espera ser pai novamente. Jefferson, que hoje tem 12 anos, deverá ter um irmão ou irmã adotiva em breve. “Assim como no casamento, no pedido de inclusão dos nossos nomes no CNA, não imaginávamos que fossemos lograr êxito na primeira instância. A justiça de Cacoal tem dado mostras que está à frente da justiça de muitos municípios brasileiros que se dizem mais desenvolvidos e mais humanizados”, disse Thonny.

Segundo consta no Cadastro Nacional, o município tem sete crianças e adolescentes a espera de adoção. Dois deles tem entre seis e 10 anos, três deles entre 11 e 15 anos e dois deles acima de 16 anos.

O professor espera que o processo de adoção aconteça naturalmente, sem expectativas e acredita que a criança a ser adotada vai aparecer na hora certa. “Eu acredito que a gente não pode escolher a criança, não pode escolher a cor, não pode escolher o sexo, Deus sabe que filho ele quer mandar para nós”, analisou. Porém Rafael sonha em criar um bebê, para experimentar todas as etapas da paternidade.

Como militantes dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais em Rondônia, Thonny e Rafael entendem que a adoção de filhos é um direito de todos, homossexuais e heterossexuais, sem distinção ou privilégios.

“Eu entendo a concretude de mais essa etapa na minha vida e na vida de Rafael como um exemplo para outros casais. A nossa decisão de adotar, certamente, servirá como exemplo para outros casais homo e heteroafetivos”, explicou Thonny.

Por último, o professor Thonny, quando perguntado, confessou se sentir um pouco envaidecido e orgulhoso de ter quebrado as barreiras do preconceito em relação ao casamento e ao direito de adotar. “Hoje eu me sinto envaidecido com nossas conquistas, Rafael e eu corremos atrás de nossos direitos e, com isso, acabamos por quebrar algumas barreiras impostas pela parte reacionária da sociedade”, comentou.

O processo deve seguir normalmente

O casal entrou com o pedido para adoção no final de outubro do ano passado junto à Justiça de Cacoal, pedindo autorização para fazer parte do CNA ligado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Na ocasião, apresentaram os documentos necessários ao fórum municipal, conforme preconiza o Estatuto da Criança e Adolescente. No decorrer do processo, Thonny e Rafael passaram por avaliação de um psiquiatra, de um psicólogo e de uma assistente social, dos quais tiveram laudos absolutamente favoráveis. Em menos de cinco meses receberam resposta favorável do Juiz da 2ª Vara da Infância e Adolescência de Cacoal. Em seu parecer, o magistrado considerou que o casal preenche todos os requisitos necessários, mostrando-se apto a adoção.

Fonte: http://diariodaamazonia.com.br/casal-entra-no-cadastro-nacional-para-adocao/

 

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