Por Thonny Hawany
Insólito verme que exala o hálito sórdido,
Exorta o invólucro exótico e exorta a morte.
Exorta o invólucro exótico e exorta a morte.
Brama em mórbida voz o devorador que corrói.
Enquanto destrói o exórmico, devora a forma.
Ganancioso, implora pela infecta carne podre.
Indômito, invoca pelo sangue fétido e morno.
Não importa a mora! É sangue! É carne! É morte!...
Findada a taciturna ceia e corrido o que era luto,
Findada a taciturna ceia e corrido o que era luto,
É hora fúnebre do tenebroso verme se pôr em casca;
Recuar-se em soturnos vômitos de transformes metabólicos
Para gerar trevosa larva que, infortunada, voará
Como varejeira em busca de enrijecida carne
Para depositar, num odioso ósculo sobre o óbito,
A ova severa que ressuscitará a sombria sevandijaQue, vorticiosa e carnivoraz, devorará o vulgo despojo.
Sublimação ao Verme foi inspirado nos poemas "Psicologia de um
Vencido" e "O Deus-Verme" do poeta simbolista brasileiro,
Augusto dos Anjos, e escrito a 2 de novembro de 1995 (feriado de finados), na
cidade de Jaru, Rondônia. Dois de novembro deveria ser um feriado duplo em que
se poderia lembrar a memória dos mortos e a importância do verme para a
continuidade da vida.
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Desnecessário frisar a qualidade do que escreves. Ao ler a primeira estrofe lembrei-me de imediato de Augusto dos Anjos, tamanha similitude na maneira de esculpir com palavras - embora tenha me lembrado de outro poema, o DEUS-VERME.
ResponderExcluirTeus escritos seguem irretocáveis. Parabéns.
Este poema já um clássico da nossa literatura regional e especificamente do curso de Letras; isto é muito importante pois é uma produção emblemática; um grande abraço e boa viagem
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