quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ESTADO DE SÃO PAULO INSTITUI NORMA PARA O CASAMENTO CIVIL HOMOAFETIVO

Por Thonny Hawany

Agora é lei. O Estado de São Paulo obriga todos os cartórios a habilitarem homossexuais para o casamento civil segundo publicação no Diário Eletrônico da Justiça de terça-feira, dia 18 de dezembro de 2012. A medida deverá entrar em vigor em 60 dias.

Aproveitando o ensejo, Luiz Carrieri e seu companheiro deram entrada na sua habilitação para o casamento civil no 20º Cartório Civil de São Paulo. Luiz Carrieri e seu convivente vivem em união estável há aproximadamente 38 anos. Nada mais justo que consagrarem essa união já abençoada por Deus há tanto tempo. Cabe também lembrar que a união estável não é mais pré-requisito para o casamento civil homoafetivo.

A decisão da justiça do Estado de São Paulo é um exemplo para outros Estados da Federação em que os casais ainda precisam provocar a justiça para se casarem. No Estado de São Paulo, os casais poderão se habilitar diretamente nos cartórios e não mais terão que esperar parecer do Ministério Público e homologação do juiz. Essa decisão representa uma vitória do movimento LGBT brasileira.

EPIGENÉTICA: UMA POSSÍVEL ORIGEM DA HOMOSSEXUALIDADE

Por Thonny Hawany

Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia publicou importante pesquisa que propõe um novo modelo para explicar a homossexualidade. Trata-se da epigenética: a forma como os genes são lidos pode determinar se o indivíduo terá orientação homossexual ou heterossexual.

Com base no modelo de estudos propostos, a homossexualidade é uma herança que os filhos herdam dos pais. Assim sendo, a homossexualidade se dá na transmissão, de pais para filhos, de marcadores que são responsáveis pelo funcionamento dos genes que definem a sexualidade do indivíduo.

O estudo publicado em dezembro de 2012 na revista científica “The Quarterly Review of Biology" tem como seu principal autor o cientista William Rice, da Universidade da Califórnia.

Conforme já vimos acima, a epigenética constitui um conjunto de características biológicas responsáveis pela leitura dos genes que os filhos herdam dos pais. Os marcadores epigenéticos são moléculas que, ligadas ao DNA, determinam o comportamento dos genes.

A pesquisa apresenta importantes pistas para se explicar a homossexualidade, no entanto é necessário cautela. A homossexualidade é algo muito complexo e não pode ser generalizada ou explicada numa única pesquisa teórica.

A epigenética pode explicar parte das dúvidas sobre a origem da homossexualidade, mas ainda não é a carta final sobre o assunto. Devemos comemorar os avanços e torcer para que tais pistas signifiquem o ponto de partida para definições mais concretas sobre o assunto.

Fonte: Folha/Uol

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CACOAL TEM A PRIMEIRA TRAVESTI PEDAGOGA


Por Thonny Hawany

Nesta quarta-feira, dia 28 de novembro de 2012, por volta das 18 horas e 30 minutos, no pólo da UNOPAR, no município de Cacoal, a travesti Guta de Matos, conhecida militante LGBT do Estado de Rondônia, apresentou o seu trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia na presença de professores e de alunos concluintes do curso de Pedagogia da UNOPAR.

Emocionada, Guta, antes da brilhante apresentação, agradeceu a presença de seus amigos Mikaela Cândida, Thonny Hawany, Rafael Costa, Jefferson Silva e também dos seus professores e dos seus colegas do curso de pedagogia da UNOPAR.

Em seu trabalho, Guta de Matos defendeu a importância da parceria entre a escola e a família na construção de uma educação de qualidade. Segundo Guta, quando a família se une à escola, o ensino e a aprendizagem atingem o seu maior nível de importância e qualidade.

“Quando falo de família, em meu trabalho, não falo somente da família tradicional, falo da família moderna que ganhou novos formatos, a exemplo do que hoje se entende por família homoafetiva. Independente de pai e mãe, de dois pais, ou ainda de duas mães, a criança precisa ser assistida no seu processo de aprendizagem escolar. É importante que a escola abra seu espaço físico e pedagógico para a família e que a família faça de seu lar uma extensão da escola. Quem ganha com essa parceria é o educando” Afirmou Guta.

Mais adiante, quando apresentou o capítulo da monografia que trata da parceria família/escola, novamente, Guta, emocionada falou de sua trajetória na escola e do preconceito que sofrera por falta do apoio da família e também de educadores preparados para lidar com as diferenças. “Senhores pedagogos, senhoras pedagogas, quando estiverem no exercício de sua função, ao se depararem com uma criança que sofre de preconceito em virtude de sua cor, de seu credo, ou de sua orientação sexual, lembrem-se de mim e impeçam que essa criança morra socialmente. Eu consegui me recompor, mas muitas travestis que conheço não tiveram a mesma força e vergaram-se socialmente” Emendou Guta.

A partir deste momento, Guta de Matos não é só a primeira travesti com nível superior no Estado de Rondônia, ela é a representação viva da vitória do movimento LGBT no Estado. Segundo a travesti Mikaela Cândida, vice-presidenta do Grupo Arco-Íris de Rondônia, “Guta deu um exemplo a todas as travestis. Ao cursar nível superior com êxito, ela nos mostrou que é possível vencer na vida e ocupar melhores espaços na sociedade”.

Em síntese, Guta de Matos entrou para a história do Município de Cacoal ao se graduar em Pedagogia. Ela venceu uma das grandes batalhas, mas a guerra ainda não terminou, é preciso que ela vença o preconceito como profissional da educação. Esperamos que a sociedade abra espaço para que Guta mostre que é tão capaz de exercer o magistério como qualquer outra pessoa.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

TRAVESTIS E TRANSEXUAIS GANHAM ATENÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE EM CACOAL

Por Thonny Hawany
 
Na última reunião do Conselho Municipal de Saúde da cidade de Cacoal, no dia 12 de novembro de 2012, o Pleno discutiu e aprovou a proposta apresentada pelo Grupo Arco-Iris de Rondônia (GAYRO) para que todas as travestis e transexuais, no âmbito de abrangência do Conselho, pudessem ser identificadas pelo nome social.
 
Para decidir, o Conselho considerou a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2012, do Ministério da Saúde que dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários do SUS, em seu Art. 4º inciso I; a Portaria nº 233 de 18 de maio de 2010 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em consonância com a política de promoção e defesa dos direitos humanos e também a Portaria nº 1.612, de 18 de novembro de 2011 Ministérios da Educação que trata do mesmo assunto.
 
Decorrente da decisão do Pleno, o Conselho editou a Portaria n° 0015/2012 que dispõe, em seu texto, de uma serie de orientações a serem consideradas em relação aos registros e tratamento de pacientes e funcionárias travestis e transexuais no âmbito da saúde municipal.
 
Para Guta de Matos, conhecida militante LGBT, a decisão representa uma vitória. “Não é de hoje que lutamos por nossos direitos. Saber que um segmento da importância do Conselho Municipal de Saúde, do qual já fiz parte, editou uma portaria orientando tratamento digno e humanitário a nós travestis, é motivo de muita alegria”.
 
Para Mikaela Cândida, vice-presidenta do Grupo Arco-íris de Rondônia, a resolução 015 é uma vitória da militância. “Hoje eu posso dizer que meus direitos estão começando a ser respeitados [...] Ser chamada pelo nome com o qual me identifico é o mínimo que espero das pessoas. O Conselho de Saúde tomou uma decisão honrosa. Estou feliz.” Emendou Mikaela emocionada.
 
A portaria 015 entrou para a história da militância LGBT do Estado de Rondônia. O Conselho de Saúde do Município de Cacoal saiu na frente e escreveu, nos registros históricos do Estado, que os direitos humanos são para todos conforme preconiza a Constituição Federal.
 
Em entrevista, Edna Mota, presidenta do Conselho, afirmou que a decisão tomada pelo Pleno representa um avanço no entendimento da sociedade e das políticas públicas contemaporâneas. “O Conselho de Saúde do Municipio de Cacoal é um órgão do povo que trabalha em favor do povo independente da cor, da raça, da religão, do sexo, da orientação sexual ou de quaisquer outras diferenças”. Constou Edna Mota.
 
A partir de agora, todos os órgãos públicos de saúde, localizados no município de Cacoal, estão orientados a instruir seus servidores no tocante ao tratamento das pessoas travestis e transexuais. A inclusão do nome social não é uma sugestão é norma de instâncias superiores e agora é resolução do Conselho Municipal de Saúde. Direitos humanos já! Igualdade, liberdade e respeito a nossa dignidade, é tudo o que queremos, nem mais, nem menos.

 
 

domingo, 18 de novembro de 2012

ATIVISTA LGBT GOIANO MORRE NO NORDESTE


Por Thonny Hawany
 
Por isso que este domingo está mais triste, pouco ensolarado, cinzento. Hoje, dia 18 de novembro de 2012, foi encontrado morto, na praia do Cabo de Santo Agostinho, nas proximidades da cidade de Recife, no Pernambuco, o jornalista goiano e ativista LGBT, Lucas Cardoso Fortuna, de 28 anos de idade. Ainda não se sabe nada sobre o crime e sobre os criminosos.
 
Conforme informações preliminares, o corpo foi encontrado trajando roupas sumárias e com fortes sinais de espancamento. Ainda segundo uma amiga, o jornalista havia se dirigido a Cabo de Santo Agostinho para atuar como árbitro de uma partida de vôlei. Lucas foi visto pela última veza no sábado dia 17/11, na sacado do hotel.
 
Aí está mais um caso de crime contra ativista LGBT que será tratado como homicídio comum, ainda que tenha sido cometido por força do ódio contra sua orientação sexual. Lucas será enterrado em seu estado de origem: Goiás.
 
Esperamos que esse crime não fique impune como tantos outros ocorridos em circunstâncias semelhantes. Que a morte de Lucas Cardoso Fortuna seja esclarecida e que o(s) criminoso(s) seja(m) punido(s) com o rigor que merece(m).
FONTE DA NOTÍCIA: Facebook.com

sábado, 17 de novembro de 2012

CACOAL RAINBOW FEST - SÉTIMA EDIÇÃO

Por Thonny Hawany

 
A Cacoal Rainbow Fest é mais que uma festa. Trata-se de um evento criado em 2006 com a finalidade de dar visibilidade ao movimento LGBT que estava sendo criado no município de Cacoal que mais tarde veio a se denominar de Grupo Arco-Íris de Rondônia (GAYRO).
Naquela época tudo era muito mais difícil. Falar de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais ainda era um tabu no interior do Estado de Rondônia, quanto mais falar em fazer uma festa para confraternização de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Pensando em não afrontar a sociedade, fizemos a primeira festa há aproximadamente cinco quilômetros de Cacoal, no espaço denominado Castelinho do Cupim. Hoje, em face das conquistas, sete anos depois, estamos realizando a Rainbow no centro de Cacoal, no Armazém.

Desde sua primeira versão, a Cacoal Rainbow Fest conta com a presença de heterossexuais amigos e simpatizantes do movimento LGBT. Com o decorrer dos anos, a presença dos amigos heterossexuais e de familiares tem aumentado gradativamente.

Neste ano, a comissão organizadora quer mostrar que homossexuais e heterossexuais podem conviver em harmonia, por isso, a Cacoal Rainbow Fest de 2012 tem como objetivo reunir o maior número possível de heterossexuais e homossexuais no mesmo lugar para confraternizarem entre si num evento inclusivo.

A Cacoal Rainbow Fest contará com a presença marcante do DJ oficial da Parada Gay de Porto Velho, Revanche, com o VJ Amarildo Bezerra, também de Porto Velho, com os shows de Guta de Matos, Jordana Ferreira, Mikaela Cândida, Jandira Caçambão e Sharis Danúbia, além de outras atrações que ainda estão por confirmar.

A Cacoal Rainbow Fest acontecerá no dia 8 de dezembro, no conhecido Armazém. Segundo a comissão organizadora, além dos shows, estão sendo preparadas iluminação e decoração especiais para o local do evento. A 7ª Rainbow será o ponto de partida para a realização da 1ª Parada do Orgulho LGBT de Cacoal. Venham e divirtam-se em companhia de muita gente bonita.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

SEGUNDO CASAMENTO HOMOAFETIVO SERÁ CELEBRADO EM RONDÔNIA

Por Thonny Hawany

Porto Velho terá o segundo casamento homoafetivo do Estado de Rondônia. O Tribunal de Justiça do Estado corrige decisão de juiz de primeira instância que negou homologação ao segundo casamento homoafetivo do Estado.

O casamento é de duas mulheres que já vivem em união homoafetiva há, aproximadamente, quatro anos. Segundo o corregedor geral de justiça do TJ de Rondônia, o lúcido desembargador Miguel Mônico, em decisão que fora publicada hoje dia 22 de outubro de 2012, não há o seu se negar direito a quem os tem. Principalmente depois da decisão do STF em maio de 2011.

A decisão de primeira instância foi do senhor juiz Amauri Lemos, titular da 2ª Vara de Execuções Fiscais e Registros Públicos da Comarca de Porto Velho. No seu entendimento, apesar do inquestionável parecer o Ministério Público o juiz não encontrou na lei respaldo para a sua homologação. Será que o respeitável magistrado leu a Constituição Federal? Desculpe, não resiti, tive que ironizar.

Veja só o que prolatou o MM juiz: "a despeito do entendimento da ilustre representante do Parquet (MP) e das demais opiniões favoráveis, e entendendo também que as pessoas devam ter e usufruir os mesmos direitos, sem qualquer forma de discriminação, por mais que seja louvável o pedido inicial, não encontro guarida na legislação nacional". Esse discurso é no mínimo o maior de todos os paradoxos.

Segundo publicou o site Tudo Rondônia, o senhor juiz ainda anotou em sua decisão: "a Constituição Federal, quando discutida, elaborada e formulada pelos constituintes originários, não previu o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se assim for a vontade do constituinte derivado que o faça, mas a meu ver, não cabe ao Judiciário imiscuir-se nos assuntos do legislativo, quando este, inclusive, já discute projetos de lei contra e a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bem assim o novel Código Civil estabelece que o casamento civil será realizado entre homem e mulher, ou seja, pessoas de sexos opostos". Sem comentários.

Veja ainda o que disse o magistrado ao negar o pedido de casamento: "até que se modifique o atual entendimento, o STF em recente decisão reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, como entidade familiar, e não ao status de casamento civil. Em temas conflitantes e acalorados como este, em que a legislação constitucional e infraconstitucional não prevê o casamento requerido, e tratando-se de uma constatação que vem tomando corpo e realidade, nada melhor do que deixar ao poder legiferante e legítimo para, em seu palco próprio de atuação, declarar pelos meios". E enquanto os tais “legiferantes”, doutor, discutem que religião deve ocupar os poderes do Brasil e se ser gay é pecado ou não, a justiça não pode deixar de fazer justiça às pessoas que se amam e que querem viver dignamente à luz da legalidade.

Graças a Deus, a decisão do desembargador foi totalmente contrária. Segundo ele "... não se pode medir a dignidade de um ser humano pelo seu sexo, sua cor, pela sua condição social etc., tampouco pode ser aferida essa dignidade pela sua equivocadamente chamada de 'opção sexual'. O ser humano é HUMANO". Isso sim é fazer justiça. O magistrado não pode ter medo de enfrentar as questões sociais.

O senhor desembargador, tomando como base a decisão do STF sobre tal matéria, fundamentou: "... deve-se [...] excluir todo o significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo, entendida esta como sinônimo perfeito de família. Segue-se ainda das conclusões dos julgados referidos que, se é verdade que o casamento é a forma pela qual o Estado melhor protege a família, não há de ser negada essa via a nenhuma família que por ela optar, independentemente de orientação sexual dos partícipes, pois todos os seres humanos gozam da mesma dignidade [...]. Por derradeiro, os arts. 1514, 1521, 1523, 1535 e 1565 do CC não vedam o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não há vedação implícita e a omissão legislativa não poderia perpetuar, ainda que em nome de uma pretensa democracia, a perda de direitos civis de eventual minoria, sobretudo diante dos princípios do pacto fundante".

Em face do exposto, notadamente, presenciamos com essa decisão do nobre desembargador mais um passo da comunidade LGBT de Rondônia rumo a um futuro de igualdade e de respeito à dignidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Congratulo a justiça de Rondônia por mais essa importante decisão. Avante homens e mulheres de bem que amam e que querem constituir famílias homoafetivas às sobras da legalidade. Coragem!

FONTE: http://www.tudorondonia.com.br/noticias/uniao-homoafetiva-tjrondonia-aceita-pedido-para-que-duas-mulheres-possam-se-casar-,32463.shtml

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

GOTAS DE AMOR

Por Thonny Hawany





Ah
se eu
pudesse
não perderia
por nada desse
mundo esse coquetel
mágico de palavras alcoólicas
cantaria quantas vezes pudesse
para embalar a alma mais bela
tocaria as cordas do tempo
como violino deitado
no ombro da noite
choraria

Ó
anjo
translúcido
que baila na doce
íris de meus negros olhos
que mareja que chora que ri
que sussurra feito flauta doce
que beija meus cálidos lábios
que me salva em perdição
tranquiliza e seduz
minh’alma
súplice

Ó
anjo
da noite
que me envolve
em sonhos plácidos
sobeja-me de teu amor
farta-me de teu desejo
que das estrelas caia
sobre mim tua luz
mais serena
teu amor
mais
fiel

JI-PARANÁ REALIZA SUA SEGUNDA PARADA LGBT

Thonny Hawany

Com o tema “Homofobia tem cura”, mais de 300 LGBT e simpatizantes da causa marcharam pelas principais ruas e avenidas de Ji-Paraná, neste domingo, dia 14 de outubro de 2012, arrastando um arco-íris de alegria e de protesto.

Segundo Fabrício Xavier, um dos organizadores da Parada, o apoio do poder público foi quase insignificante, além de uns poucos preservativos e de algumas estadas e passagens, os governos municipal e estadual silenciaram-se diante do manifesto. Como diria um conhecido jornalista brasileiro: “Isso é uma vergonha!”.

A concentração da Parada teve início por volta das 16 horas, no pátio de um posto de gasolina, próximo à BR 364. Às 18 horas, a Parada saiu em direção à Avenida Brasil, subiu até a T 13 e desceu a Curitiba, em direção ao espaço cultural denominado Beira Rio, às margens do Rio Machado, onde houve mais manifestos.

Agitando flâmulas coloridas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, aliados e aliadas, todos muito felizes, dançavam embalados pela música de um pequeno carro de som. À medida que o cortejo avançava pelas ruas, pequenos grupos de pessoas, bem colocados nas calçadas, acompanhavam com admiração e respeito o manifesto. Por vezes, chegaram a aplaudir a manifestação.

Segundo afirmou Fabrício Xavier ao site G1: “Não adianta dizer que o preconceito não existe. A homofobia está em todos os lugares. Por isso hoje nós estamos aqui fazendo um apelo para a sociedade, que respeite a orientação sexual de cada cidadão”.

As novidades deste ano ficaram por conta do aumento de pessoas heterossexuais na Parada LGBT e pelo marcante respeito às religiões. Todas as vezes que o grupo se aproximava de uma igreja ou templo religioso em funcionamento, o carro de som era silenciado em respeito ao direito constitucional de liberdade de crença.

Para Guta de Matos, conhecida militante LGBT de Rondônia, o importante não é o número de pessoas que uma parada arrasta, mas a sua proposta política. “Independente da quantidade, o que vale mesmo é a qualidade”, emendou Guta de Matos.

Segundo Adriano de Souza: “As paradas do orgulho LGBT estão se disseminando por todo o interior do Brasil e isso é um claro sinal de amadurecimento político da população LGBT”.

“Não podemos nos silenciar diante daqueles que não reconhecem os nossos direitos. É preciso marchar em direção à igualdade, à liberdade e ao respeito a nossa dignidade LGBT, afirmou Denise Limeira em seu discurso inicial.

A Parada contou com o apoio da Polícia Militar e de agentes do EMTU que controlaram o trânsito e garantiram a segurança de todos os que participaram.

sábado, 22 de setembro de 2012

DIETA DOS CARBOIDRATOS

Por Thonny Hawany

Eu sempre me dei bem com a “Dieta dos Carboidratos”. Todas as vezes que quero emagrecer pouco ou muito, eu a uso com sucesso, mas é preciso de orientação médica, nutricional e muita responsabilidade. Dieta sem responsabilidade MATA.

A dieta dos carboidratos foi criada pelo médico norte-americano, Robert Atinsk. Trata-se de uma forma bastante fácil e cômoda para emagrecer considerando o sacrifício que é imposto por outras formas de fazer dieta.

Usando a dieta dos carboidratos, emagrece e ainda se pode manter o peso desejado. Na dieta, a alimentação permitida são os alimentos que contem proteínas e alguns legumes e verduras, mas nada de alimentos com carboidratos. Abaixo, apresentarei uma lista dos possíveis alimentos sem carboidratos.

Há 15 dias, eu estava pesando 75 quilos e, hoje, depois de todo esse período sem ingestão de carboidratos, estou pesando 70 quilos e 800 gramas. Emagreci, portanto, 4 quilos e duzentos gramas. Para mim está ótimo.

O organismo humano tem uma glândula denominada “CETÔNICO” que tem função diurética, laxante e relaxante segundo diversas literaturas na internet. Essa glândula é peça fundamental para o êxito da dieta. Ela transforma as gorduras excedentes no organismo nos açucares que ele precisa para funcionar bem. Sem carboidratos, sem açucares. Sem açucares, emagrece-se na certa.

A partir do dia em que se inicia a dieta dos carboidratos, pode-se comer à vontade, menos os alimentos que contem carboidratos. Depois de 48 horas se alimentando sem carboidratos, a glândula cetônico dá inicio a um processo de armazenamento de todas as gorduras ingeridas e começa a funcionar. Conforme já dissemos anteriormente, ela transforma as gorduras excedentes em açucares que são importantes para o funcionamento de nossas funções físicas.

O nível do cetônico pode ser acompanhado por um teste adquirido facilmente nas farmácias. O teste vem com um bastão que, colocado na urina, mudará de cor para escuro. Quando mais densa é a cor, maior é a garantia que se está emagrecendo. Conforme está escrito em muitos sites que tratam do assunto, podemos emagrecer até 5 quilos por semana. Isso dependerá de cada organismo. No meu caso, levo 15 dias para emagrecer perto do que estabelece a meta.

Recomenda-se, depois de 15 dias, sair da dieta por dois dias, momento em que se pode ingerir carboidratos. Como experiência própria, recomendo escolher alimentos que contenham o mínimo de carboidratos. Quando não for possível escolher um alimento que contenha pouco carboidrato, coma o mínimo possível apenas para matar a vontade de ingerir uma boa colher de arroz, uma deliciosa colher de feijão, uma especial metade de um pãozinho, uma fatia de pizza. Passados os dois, dias, volte a mais 15 dias sem carboidratos, emagreça o quando ainda seja necessário, se for o caso, e, depois disso faça uma dieta de poucos carboidratos para se manter bem.

São alimentos sem carboidrato:

Abobrinha verde, acelga, agrião, água com gás, água natural, água tônica diet, alface, aspargos, atum, azeite. Azeitona, bacalhau, bacon, berinjela, rúcula, brócolis, café, camarão, caranguejo, carne de aves, carne suína, carne bovina, peixes, caviar, cebola como tempero, cenoura (até uma por dia), chá de ervas, chicória, chuchu, cogumelo, couve, couve-flor, escarola, espinafre, gelatinas diet e light, geleia diet de morango, gin (única bebida alcoólica sem carboidratos), jiló, lagosta, limão, linguiça, manteiga, margarina, mexilhões, nabo, nata, omelete, ostra, ovos, palmito, pepino, pimentão, presunto, presunto cozido, queijos industrializados, quiabo, rabanete, refrigerantes diet e light, repolho, sal, saladas verdes, salaminho, salpicão, salsa, coentro, suco artificiais (leia na embalagem se os carboidratos são toleráveis ou zero), sukiaki sem macarrão, tomates (até 3 por dia), trident, vagem. Fazendo uma pesquisa mais profunda, você poderá encontrar outros alimentos sem carboidratos.

O segredo desta dieta é a criatividade, você poderá se alimentar e não sentir falta dos carboidratos no prazo estabelecido pelo médico ou pela nutricionista. Emagreça de forma saudável e faça as pazes com o seu espelho e com o seu guarda-roupa.

ATENÇÃO! Thonny Hawany e licenciado em Letras e bacharel em Direito. Não sou, portanto, médico nem nutricionista. Vá antes a um médico ou a um nutricionista para saber se você pode fazer essa dieta. Dieta mal feita pode MATAR.

A minha intenção em publicar esse texto é para socializar o que está dando certo comigo. A dieta dos carboidratos possuem efeitos colaterais que, se bem orientado(a), você não os sentirá.

Faça a dieta dentro dos limites e orientações e volte aqui para nos contar como ela funcionou com você.

FILHOS SÃO REALMENTE ESTRELAS

Por Thonny Hawany

FILHOS SÃO REALMENTE ESTRELAS


Jefferson sempre me surpreendendo. Hoje, Rafael e eu completamos 2 anos de união estável. Acreditamos que essa é a verdadeira data de nosso casamento, apesar da celebração no civil ter acontecido apenas no dia...3 de março de 2012. Hoje trocamos flores, foi maravilhoso; mas, o maior de todos os encantos, foi o presente que o Jefferson, nosso filho de 11 anos, nos deu.

A mim ele escreveu uma cartinha com os seguintes dizeres:

“De Jefferson
Para Thonny Hawany

Pai, parabéns por esses 2 anos de casamento com o Rafa. Eu quero dizer que vocês dois são muito importantes na minha vida. Vocês me ensinam ser um bom menino, me dão amor, carinho, educação.
Quero agradecer muitíssimo a você. Você é o melhor pai do mundo. Você é meu super herói.
Amo você !!!” (sic)

Ao Rafa ele escreveu também uma cartinha com os seguintes dizeres:

“De Jefferson
Para Rafael

Parabéns por estes 2 anosa morando conosco e me aturando.
Quero agradecer por tudo que você me fez ao longo desses 2 anos. Você me deu felicidades, alegria, amor e segurança, me deu limites de tudo, me ensinou a limpar a casa, a tabuada e ser feliz ao seu lado. Eu lhe desejo parabéns, sorte, paz, amor e saúde para me aturar mais uns 10 anos
Te amo parabéns!!!” (sic)

Respeitei a ortografia, a sintaxe e a construção simples para mostrar o afeto, a responsabilidade, o respeito e admiração pela forma como o tratamos.

Este meu filho, é mesmo meu grande orgulho. Isso não é intimidade em aberto, é alegria que deve ser partilhada com os amigos. E quem sabe, um bom exemplo para os pais e mães, pais e pais, mães e mães que ainda não se encontraram na criação de um filho e na harmonia do casamento.

NÓS TAMBÉM TE AMAMOS JEFFERSON. VOCÊ É O SOL QUE NOS ILUMINA, A LUA QUE CLAREIA NOSSOS MOMENTOS MAIS NUBLADOS. NOSSA RAZÃO DE VIVER.

PAI THONNY E PAI RAFA

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

JI-PARANÁ REALIZA A SEGUNDA PARADA GAY

Por Thonny Hawany

ATENÇÃO!!! A Parada do Orgulho LGBT de Ji-Paraná foi adiada para o dia 14 de outubro de 2012, por motivo de força maior. Segundo informou Samantha Star, todas as informações serão dadas por este blog e por outros meios de comunicação da região e do Estado de Rondônia. Dúvidas? Ligue: 92229539.

A segunda Parada do Orgulho Gay de Ji-Paraná acontecerá no dia 14 de outubro de 2012, com saída a partir das 16 horas, do Posto Vitória, na Vila Jotão. O tema da parada deste ano será “Meu Voto, Meu Direito, Minha Cidadania”. Arrasou!

Segundo informou Samantha Star, atual presidenta do Grupo LGBT de Ji-Paraná, o tema da parada visa conscientizar os eleitores LGBT de JIPA e região a votarem consciente em candidatos que tenham propostas concretas para a comunicada gay. “Não podemos desperdiçar a oportunidade de melhorar a nossa condição homossexual e o nosso direito à igualdade votando em candidatos homofóbicos”, afirmou Samantha Star ao Blog Thonny Hawany.

“Tem gente que não está nem aí com a causa. É preciso que todos participem do evento para mostrarmos a sociedade que também fazemos parte dela e que também temos direitos”, afirmou Samantha Star.

A Parada do Orgulho Gay de Ji-Paraná de 2012 terá a coordenação de Samantha Star e a colaboração de Karem de Porto Velho e de Denise Limeira também de Porto Velho.

A coordenadora da parada afirmou que na véspera, dia 22 de setembro, haverá a tradicional festa pré-parada com muitas atrações. A festa pré-parada acontecerá no Clube Posto Vitória, próximo da Taí Max, saída para Porto Velho.

Se precisarem de mais informação, ligue diretamente para a coordenadora da 2ª Parada do Orgulho Gay de Ji-Paraná, Samantha Star, (69) 92229539. Thonny Hawany Rafa Hawany e Jefferson Hawany já têm lugar garantido na comissão de frente da parada. Obá! Avante porque o labor é árduo, mas a colheita será farta.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ATIVIDADES ACADÊMICAS E A INDISSOCIABILIDADE DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO



Por Thonny Hawany

O principal objetivo da universidade é buscar a perfeição pela indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, conforme está disposto no artigo 207 da Constituição Federal, quando diz que “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

Em obediência a esse princípio, as Instituições de Ensino Superior precisam se adequar aos sistemas legais para se tornarem mais eficientes e mais nobres no desempenho de seus objetivos socioeducacionais.

Para facilitar a compreensão desses componentes da tríade universitária passamos, a seguir, aos conceitos de ensino, de pesquisa e de extensão, bem como a apresentação relacional que há entre esses componentes a fim de reafirmar a relevante indissociabilidade constitucional que há entre eles. Assim sendo,

I.ensino é a transmissão sistemática de conhecimentos teóricos e/ou práticos indispensáveis ao progresso da educação e da sociedade como um todo. O ensino pode se dar por meio de aulas, quer sejam práticas, quer sejam teóricas.

Mesmo que quiséssemos, não seria possível desatrelar o ensino da pesquisa e da extensão, haja vista sua estreita relação. Para Demos (2000, p. 14), “quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que apenas ensina jamais o foi. Pesquisador que só pesquisa é elitista explorador, privilegiado e acomodado”.

II. pesquisa é uma prática sistematizada de aquisição, construção e desenvolvimento do conhecimento humano que se dá por meio de práticas de investigação dos fenômenos observando a origem, as causas, os efeitos e as consequências.

Para Appolinário (2004, p. 150), a pesquisa se define como sendo o “processo através do qual a ciência busca dar respostas aos problemas que se lhe apresentam.  Investigação sistemática de determinado assunto que visa obter novas informações e/ou reorganizar as informações já existentes sobre um problema específico e bem definido”.

A dissociabilidade da pesquisa dos demais componentes, segundo as exigências da educação moderna, é praticamente impossível. É importante que o professor seja um pesquisador e que o pesquisador também seja um professor. Tudo o que se aprende por meio da pesquisa e do ensino deve ser, sobremaneira, socializado; assim sendo, além de professor e pesquisador, é importante que também sejamos extensionistas na práxis acadêmico-educativa.

III. extensão é um processo de fomento educativo, cultural e científico que viabiliza a interrelação entre a universidade e a sociedade com o propósito de disseminar e assegurar a transmissão e aquisição de novos conhecimentos; a extensão é acima de tudo, a democratização dos saberes acadêmicos, é o veiculo pelo qual se dá a dialética entre a teoria e a prática de forma inter, multi e transdisciplinar.

Para as Diretrizes que foram aprovadas por ocasião do Fórum Nacional de Pró-reitores de Extensão (ForProEx), a extensão universitária resume-se num “[...] processo educativo, cultural e científico, articulado de forma indissociável ao ensino e à pesquisa e que viabiliza uma relação transformadora entre a universidade e a sociedade”.
           
Para o Plano Nacional de Extensão Universitária (BRASIL, 2000, p. 5), a “extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento”.
           
Como se pode ver, tanto a universidade tem a contribuir com a sociedade, como esta tem materiais sociais a fornecer para o desenvolvimento daquela; trata-se, pois, como disse o próprio Plano Nacional, de uma troca de informações e subsídios que servem e podem ser aproveitados para o crescimento de ambas.

Havendo feito algumas considerações sobre ensino, pesquisa e extensão, o que julgamos suficientes para o nosso propósito; doravante, dedicar-nos-emos a outro ponto que merece nossa atenção nesta atividade reflexiva, ou seja, trataremos da dissociação entre aula teórica e aula prática.
Para isso é importante, a priori, compreendermos que aula é o sagrado horário em que são praticados estudos com o fim de promover o ensino e a aprendizagem. As aulas podem ocorrer intra ou extraclasse, fato que não as diferencia em teóricas e práticas. A diferença básica entre as aulas teóricas e práticas é a natureza, a estrutura, os objetivos a serem alcançados, as técnicas, os métodos e materiais utilizados em cada uma delas.
           
I. As aulas teóricas são aquelas em que a ênfase está no professor e nos conteúdos ministrados. A aula teórica é o mais comum de todos os instrumentos utilizados no processo de ensino e aprendizagem, ela está tão presente em nossa cultura que, por vezes, chegamos confundi-la com a própria natureza do ensino. As aulas puramente teóricas têm sido objeto de muitas discussões no âmbito dos sistemas educacionais, elas encontram os que as defendam e também os que as ataquem veementemente por sua natureza tradicional e fora de moda.
           
II. As aulas práticas correspondem ao exercício das experiências acumuladas pela aplicação da teoria. Uma aula em laboratório, uma prática de campo, a resolução de atividades que visem a compreensão da teoria constituem exemplos de aulas práticas.
           
As aulas teóricas não podem ser confundidas com verbalismos desnecessários, nem tão pouco, as práticas com o mero manuseio de itens e objetos impulsionado pela mera e infundada curiosidade.
           
Ainda com o intuito de dissipar as principais dúvidas a respeito de aulas teóricas, aulas práticas, aulas teórico-práticas e de outras ações acadêmicas, abaixo relacionamos as principais atividades praticadas no âmbito de uma Instituição de Ensino Superior, que podem ocorrer intra ou extraclasse.

a) Aula de Campo:

A aula de campo é um tipo de atividade pedagógica que visa facilitar a compreensão e leitura do meio ambiente e deve, sobremaneira, abrir espaço para o estreitamento entre a teoria e a prática. A presença marcante do professor ou monitor é sua principal característica. Neste caso, os alunos podem participar direta ou indiretamente. Trata-se de um modelo pouco utilizado para o ensino, mas regularmente aproveitado na pesquisa, especialmente em áreas como a geografia, a arqueologia, as engenharias florestal e ambiental. As aulas de campo são excelentes atividades para a prática da interdisciplinaridade. Levar os alunos a lixões, a praças, a florestas, a rios e a outros lugares para fazê-los compreender a relação entre a teoria e a prática constitui exemplos de aulas de campo. As aulas de campo podem ser teóricas e/ou práticas.

b) Prática de Campo

A prática de campo é caracterizada pela presença direta dos alunos. Nesse tipo de evento, devem-se planejar amiúde as atividades a serem desenvolvidas e os materiais a serem utilizados. Sob a devida orientação, os alunos desenvolvem atividades práticas. Exemplo de atividade prática: manuseio de equipamentos e outros materiais, dentro ou fora do ambiente escolar. Nesse tipo de atividade predomina a prática em detrimento da teoria.

c) Visita Técnica

A visita técnica é caracterizada pela participação indireta dos alunos, os quais ficam restritos à observação das ações e atividades desenvolvidas por terceiros e máquinas e de fenômenos naturais. Na visita técnica, os alunos interagem com os elementos envolvidos no processo de modo sensorial. A observação é a natureza desse tipo de atividade.

d) Atividade Complementar

A atividade complementar constitui uma ação de natureza acadêmica que vai além daquelas descritas no currículo de um curso e pode ser representada pela participação em projetos de extensão e de iniciação científica; pela publicação de artigos e/ou de outras produções científicas na área de formação; pela participação em congressos, seminários, jornadas, encontros, semanas, colóquios, mesas redondas, cursos de curta, média e longa duração na área ou em área adjacente a de formação do aluno, como ouvinte, monitor ou ainda como parte da comissão de organização e realização do evento; pelo aproveitamento de disciplinas cursadas em outros cursos de graduação e não aproveitadas no novo curso em lugar de disciplinas constantes da matriz curricular; pela comunicação científica em eventos; pela participação em estágios extracurriculares; pela efetiva participação em órgãos de representação acadêmica; pela representação discente em segmentos colegiados da IES; pelo comprovado domínio de línguas estrangeiras e ainda por atividades reconhecidas no âmbito dos órgãos colegiados competentes.

e) Aula Expositiva:

A aula expositiva é uma ação monóloga. Nela o professor é o centro ativo enquanto que os alunos, de forma passiva, recebem os conteúdos observando e ouvindo. As palestras e outras práticas do gênero são excelentes exemplos de aulas expositivas.

f) Aula Expositivo-dialogada:


A aula expositivo-dialogada é uma prática educacional pela qual o professor transmite conteúdos e conta com a participação efetiva dos alunos que contra-argumentam, perguntam e debatem com o professor os conteúdos propostos e ministrados. Os debates, as reflexões coletivas a respeito de um tema e de outras práticas, em que o professor e aluno são sujeitos ativos do fazer, constituem exemplos de aula expositivo-dialogada.

g) Aula Demonstrativa:

A aula demonstrativa é um tipo de atividade que, geralmente, antecede à uma aula prática. Nela o professor ensina ou demonstra como fazer algo. A aula demonstrativa pode ocorrer dentro ou fora do ambiente escolar.

h) Estágio Supervisionado curricular:

O estágio supervisionado curricular é a atividade acadêmica que proporciona experiências profissionais, sociais e culturais ao discente, visando o seu aprimoramento para o mundo do trabalho.

No estágio supervisionado, o aluno deve participar de situações problemas reais, sempre, sob a orientação, supervisão e coordenação de profissionais e/ou de instituições de formação técnica e acadêmica.

O Estágio Supervisionado Curricular não se confunde com outras atividades acadêmicas. Suas características e objetivos o torna único e imprescindível na formação do futuro profissional.

Por fim, o Estágio Supervisionado Curricular é a atividade mediadora da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão.

Em face do exposto, pudemos observar que a Universidade é um todo coeso não havendo como desenvolver suas ações de modo fragmentário. O tripé universitário formado pelo ensino, pela pesquisa, pela extensão e por todas as suas modalidades de execução constitui um todo indissociável como está estabelecido na Constituição Federal.

Fonte da Imagem: google.com

Referências:

APPOLINÁRIO, Fábio. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004.
BRASIL. Constituição Federal. Disponível: em: site do planalto. Acesso em: 13/08/2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Extensão Universitária: Organização e Sistematização. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Universidade Federal de Minas Gerais. PROEX. COOPMED Editora, 2007.
BRASIL. Plano Nacional de Extensão Universitária. Disponível em: http://www.uniube.br/ceac/arquivos/PNEX.pdf Acesso em: 7 jan. 2009.
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2000.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

MENTIRAS RITUAIS

Moises Selva Santiago (*)

A primeira vez que li a expressão “mentiras rituais” foi no livro de Margaret Halsey “The Pseudo-ethic: speculation on American politics and morals” (Editora Civilização Brasileira). Autora premiada, Halsey afirma que “dentro da cultura, há um encantamento contínuo e tranqüilizante – nos livros, jornais, revistas, radiotelevisão, conversa entre amigos – de Mentiras Rituais.” Diz que essa frase “é hoje menos áspera do que soa, porque a Mentira Ritual é sentida, confortavelmente, como um ritual e não como prática de mentiras.” A autora demonstra a amplitude desse comportamento social, incluindo a esfera religiosa: “As organizações religiosas aprenderam as técnicas comerciais de promoção e relações públicas”.

Escrevendo no início dos anos sessenta, Halsey continua atual, vez que estamos submersos num oceano de lama religiosa em pleno século XXI. Observe os detalhes: a mentira ritual é encantadora, multiplicadora e tranqüilizadora, além de não demonstrar constrangimentos, pois se trata de um ritual. E, mesmo que alguém não aceite, todos nós praticamos rituais; ou seja, vivenciamos comportamentos que simbolizam ideologias e ensinamentos. A abrangência dos rituais está justamente por serem eles usados para se alcançar diferentes propósitos, desde a satisfação de necessidades emocionais, fortalecimentos de laços sociais, aprovação social, o simples ato de apertar a mão do outro ou mesmo o cumprimento de obrigações religiosas.

Sobre as atuais expressões religiosas, é impressionante a presença das mentiras rituais. Halsey enxerga que o meio religioso vem apresentando padrões comportamentais tão deteriorados, se comparados à proposta original bíblica, a ponto de o Novo Testamento parecer “quase ingênuo quando descreve onze apóstolos e apenas um Judas”! Ela continua pertinente: “A trapaça e a mentira não são os pecados mais dramáticos na Bíblia, mas são dois dos mais importantes. [...] a mentira é, digamos, disponível a todo momento.” Diz mais: “Durante a Reforma, como demonstra Tawney [...] as virtudes prudentes da poupança e da operosidade foram valorizadas e se tornaram muito mais importantes do que haviam sido na Europa medieval.” Halsey lembra: “A preocupação de juntar dinheiro, antes um pecado da usura, se tornou coisa respeitável; e as noções de mortificação da carne dos primeiros cristãos foram abandonadas em favor do novo conceito de que ganhar dinheiro era agora virtude.” Após a influência de Freud e de Darwin, o respeito para com o sagrado foi minimizado, pois “já não há mais a imagem do Deus barbado para punir o mau comportamento.”

Quando entro no templo para cultuar, percebo as ideias de Halsey presentes em incontáveis e até inconscientes mentiras rituais. O catolicismo, há séculos, camaleonicamente sobrevive. Há lugar para todos debaixo do imenso guarda-chuva de Roma, que abriga até os oponentes. Os mais piedosos católicos certamente se assustam com os caminhos que o catolicismo escolheu para se adequar à civilização pós-guerra... O protestantismo histórico tem optado enfrentar a atual crise do esvaziamento dos templos, com adaptações que oferecem conforto material aos fieis – bem diferente das propostas de submeter-se à Soberania Divina, ensinadas por Lutero e Calvino... Os Batistas se fragmentaram em tantos “sobrenomes”, utilizando um misto de rituais, que se tornariam irreconhecíveis diante dos mártires pioneiros... Muitos pentecostais (também fragmentados) resolveram seguir pela via da política partidária como meio de dar poder às igrejas... E os pós-pentecostais (ou neopentecostais) enveredaram velozmente na relatividade ética, cultuando a satisfação imediata das necessidades físicas e emocionais dos seus seguidores por meio de um deus ex machina que é acionado para solucionar o problema do enredo da vida humana na Terra.

Halsey define as mentiras rituais justamente como esses “conceitos errôneos ou rigorosamente falsos que o establishment comanda e usufrui [...] erige verdades definitivas [...] de acordo com suas conveniências.” Particularmente na Igreja cristã, essas mentiras rituais têm agido como um néctar infernal, nutrindo lideranças religiosas cujo objetivo principal é o enriquecimento fácil e rápido. Para alcançarem seus alvos, eles cauterizam a consciência, fazendo valer suas “novas” verdades – o vale tudo. Dizem que vale pinçar um texto bíblico e dele elaborar uma mensagem que iluda os fieis a depositarem seus salários no altar: a isto chamam de prova de fé em Deus. Dizem que vale usar os recursos da Igreja em benefício pessoal, seja na compra de um sapato, um carro novo, casa, sítio, lancha ou avião: a isto chamam de bênçãos divinas. Dizem que vale ouvir as confidências segredadas (muitas delas em meio a lágrimas) e depois usar tal conhecimento para exercer poder e intimidar o confessante: a isto chamam de cuidado pastoral. Dizem que vale usar a profissão secular (médico, advogado, militar, servidor público, etc.) para atender aos membros da Igreja, cultivando uma contínua e maldita relação de dependência para com os que não podem pagar uma consulta ou contratar o profissional: a isto chamam de amor ao próximo. Dizem que vale usar quaisquer rituais para atrair um número maior de frequentadores dos cultos, para que o negócio-igreja renda milhões: a isto chamam de evangelização. Dizem que vale elevar à categoria de pastor (e pastora) quem se comprometer com os interesses dos donos da igreja local e dos caciques denominacionais, independentemente se a pessoa de fato é vocacionada por Deus e possui conhecimentos e preparo teológicos para exercer o pastorado: a isto chamam de unção divina. Dizem que vale transformar a igreja num clube confortável e seguro, onde cada sócio receba sua cota de “elevação espiritual” nos cultos que agradam as pessoas, onde o que importa é a mansão celestial, onde as doenças e todos os problemas são rejeitados, onde mora o deus obediente aos humanos, onde se lê, canta e toca para agradar o gosto pessoal: a isto chamam de adoração a Deus. Dizem que vale experimentar todas as idiossincrasias e ideias e técnicas mirabolantes extra-bíblicas para fazerem a igreja “crescer”: a isto chamam de revelação divina. E ainda dizem que toda essa negação da proposta bíblica cristã e negação do caminhar histórico – quando milhões de cristãos foram sacrificadas por amor e prática do verdadeiro cristianismo – pode ser substituída por um amontoado de mentiras rituais: e a isto chamam de a Igreja de Jesus para o século XXI.

Quando saio do templo, depois do culto, já não sei se estive numa igreja cristã. E nutro uma profunda preocupação: Que Igreja meus netos frequentarão?... Na Europa, templos fecharam as portas. Na outra América, igrejas se assemelham a clubes. No Leste Europeu, depois de 70 anos de comunismo, dentro das igrejas há uma imensa distância entre a perseguição sofrida no passado em nome da fé e a nova ordem econômica capitalista – e isto afasta as novas gerações dos templos. E em nosso país, registra-se uma imensa ausência de vocacionados, tornando vazias as salas de aulas de Teologia. Para que estudar tanto, se para ser pastor basta falar alto algumas palavras de comando, ter o jeito de gesticular apropriado, afirmar que o cristão é “mais que vencedor”, que no céu nos aguarda um grande galardão, e remeter a porcentagem mensal para o dono da denominação! Para que adorar a Deus, se o que interessa é tocar, cantar e vender o novo CD gospel que está fazendo sucesso, inclusive nas novelas globais! Para que realizar a Escola Bíblica, se quanto menos o povo souber de Deus, melhor para os líderes! Para que reverência nos cultos, se o templo se parece com a casa de cada membro, onde todos se sentem à vontade, conversando lorotas, adorando seus próprios ventres! E tenho ouvido alguns colegas segredarem que estão a um passo de desistirem de continuar sendo pastor “à moda antiga”, diante do sofrimento causado pelo assédio moral ascendente cometido por alguns donos de igrejas...

Será que a atual realidade dará ponto final ao ideal bíblico proposto para a Igreja? Não haverá uma nova geração de vocacionados? A egolatria vencerá a Teologia? Halsey conclui o livro afirmando que “existe uma correlação mais íntima entre o ideal e o real do que é correntemente comum ao nosso conhecimento. Esta correlação consiste na praticabilidade quintessencial dos ideais.” Então, há uma esperança! Ainda dá tempo de os fieis se unirem à parte mais pura do todo... Inundados pela maravilhosa Graça... Pagando o alto preço de praticarem a simplicidade do Mestre de Nazaré. Então valerá a pena ter sido cristão.

(*) Jornalista, professor de ensino superior e pastor batista.

PRESIDENTA DILMA ANTECIPA O LANÇAMENTO DO PLANO DE COMBATE À HOMOFOBIA PARA AGOSTO

Por Thonny Hawany

Já não era sem tempo. A presidenta Dilma Roussef volveu os olhos para a comunidade LGBT e determinou que a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República lançasse o segundo Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, de Gays, de Bissexuais, de Travestis e de Transexuais. Esperamos agora que não haja nenhuma intervenção dos fundamentalistas religiosos.

Segundo dados do próprio governo e da sociedade organizada, o lançamento estava previsto para o mês de dezembro de 2012, no entanto, o governo resolveu antecipá-lo para o início da segunda metade do ano. Conforme se sabe, essa segunda edição do plano deverá ter como foco principal o combate à homofobia. A senhora ministra Maria do rosário deverá apresentar o projeto à presidenta no início do mês de julho para informar todos os dados, especialmente, os custos, as ações e os papéis dos dezoito ministérios que figurarão como parte no projeto. Esperamos que o Plano de Combate à Homofobia – PCH – seja algo impactante.


Cabe salientar que a primeira versão do plano foi lançada em 2009, por ocasião do governo do presidente Lula e visava dar continuidade ao Programa Brasil sem Homofobia, executado em 2004. De lá para cá muita coisa aconteceu, esperamos que as ações também venham ao encontro das mudanças e das necessidades da população LGBT. Que o PCH venha para atacar pontos críticos como erradicar os crimes bárbaros de homossexuais em território brasileiro.


O que queremos é igualdade, é liberdade de expressão, é respeito à nossa dignidade. O direito de nos casar, de constituir família, de poder adotar filhos, de vivermos dignamente constitui a base de nossa luta. Esperamos que o governo da presidenta Dilma Roussef nos dê mostras de um trabalho sério em favor dos direitos humanos de lésbicas, de gays, de bissexuais, de travestis e de transexuais. Que essa não seja mais uma manobra política!


Fontes: A Capa e Somos